CONGRESSO APROVA TEXTO-BASE DA LDO DE 2020 COM SALÁRIO MÍNIMO A R$ 1.039



O Congresso Nacional aprovou nesta quarta-feira, 9, o texto-base da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2020. Na sequência, deputados e senadores ainda vão analisar seis sugestões de alteração na proposta. Com a provação, o salário mínimo não terá aumento real em 2020, apenas a reposição da inflação. Com isso, o valor deve subir dos atuais 998 reais para 1.039 reais.  

O reajuste equivale a aumento de 4,10%. Entretanto, esse índice pode ser menor, já que a inflação para o ano tende a ser mais baixa. O INPC, índice usado para reajustar o piso nacional, está acumulado em 2,92%. O valor do mínimo é decretado pelo presidente da República e entra em vigor no início do próximo ano. 

Até 2019, havia uma política de reajuste que levava em consideração o Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores. Então, caso o PIB fosse positivo, o mínimo tinha aumento real. Como o governo não enviou um projeto de política do reajuste, o salário será reajustado apenas pela inflação, como acontece com as aposentadorias. 

O relator da LDO, Cacá Leão (PP-BA), afirmou que o Congresso aguarda o envio de uma nova política para o salário mínimo por parte do governo e que, “com muita dor no coração”, não poderia aceitar a sugestão de alterar o texto enviado pelo governo. “Gostaria muito de acatar os destaques, mas não temos amparo legal para fazê-lo. Preciso seguir o que está na Constituição e torcer para que o governo envie até o final do ano a nova política do salário mínimo”, declarou o relator. Ele disse que um novo cálculo poderá ser incorporado à Lei Orçamentária Anual (LOA) quando o governo enviar uma nova proposta. 

O projeto foi aprovado depois de oito sessões do Congresso em que a LDO entrou na pauta, mas não foi votado, por causa de vetos presidenciais e um projeto que abre crédito de 3 bilhões de reais no Orçamento que estavam na fila para serem apreciados. Para concluir a votação, o Congresso vota agora os destaques.  

O relatório da LDO votado por deputados e senadores traz uma brecha para que as emendas indicadas por comissões da Câmara e do Senado e pelo relator do Orçamento também tenham execução obrigatória. Hoje, somente as emendas indicadas individualmente pelos congressistas e pelas bancadas estaduais são impositivas. 

O relator da LDO contestou a interpretação de que as emendas serão todas impositivas. “É uma inovação, realmente, feita nesse relatório para trazer ainda uma maior transparência do acompanhamento fiscal do orçamento”, afirmou Cacá Leão. 

O relator do Orçamento, Domingos Neto (PSD-CE), tem uma avaliação diferente. “Essas emendas (de comissão e de relator) poderão ser contingenciadas (bloqueadas) com um valor maior do que as impositivas, mas não poderão ser, como acontece hoje, remanejadas ou ter dotação cancelada”, disse Neto, na semana passada. 

(Fonte :  Estadão Conteúdo).

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