Da Redação
Prof.Taciano Medrado
Um metal até então
desconhecido da maioria dos brasileiros, o nióbio ganhou projeção quando presidente Jair Bolsonaro o apresentou durante uma live no mês de junho deste
ano. O metal, no entanto, deveria ter uma projeção maior no país já que tem, no Brasil, o seu maior produtor, responsável por abastecer cerca de
90% do mercado mundial. Entre suas utilidades está a de ampliar a resistência
do aço, o que possibilita uma economia superior a 20% na quantidade de material
utilizado e a uma redução de 30% de seu peso.
Bastam 100 gramas
de nióbio (a um custo de cerca de US$ 8) para cada tonelada de aço, para
ampliar a força de ligação de seus átomos e, por consequência, aumentar suas
resistências térmica e mecânica, bem como a capacidade de absorver cargas sem
se romper ou deformar. Além disso, o nióbio amplia a capacidade de solda a
outros materiais, e afasta o risco de corrosão de metais.
Tais
características possibilitam o uso do nióbio para a construção de foguetes,
aviões, turbinas, peças automotivas, estruturas metálicas, navios, trilhos,
baterias, sensores, lentes, supercondutores, navios, oleodutos e muito mais.
Tais
características possibilitam o uso do nióbio para a construção de foguetes,
aviões, turbinas, peças automotivas, estruturas metálicas, navios, trilhos,
baterias, sensores, lentes, supercondutores, navios, oleodutos e muito mais.
Em 2018 a CBMM
faturou cerca de R$ 7,8 bilhões e pagou R$ 1,8 bilhão em impostos, com a venda
do produto. Cerca de 95% do lucro foi obtido com a venda para o mercado
externo, para onde foram destinadas quase 95 mil toneladas de ferro nióbio,
nióbio metálico, níquel nióbio e óxido de nióbio. “Todos produtos de alto valor
agregado”, acrescenta Ribeiro.
O grupo CBMM
tem 70% de capital nacional. Os 30% restantes têm como acionistas as duas
principais siderúrgicas japonesas, a principal siderúrgica coreana e as quatro
principais siderúrgicas chinesas
.
Mitos e teorias
Segundo ele, a falta de conhecimento das pessoas sobre o nióbio levou à
criação de mitos e teorias conspiratórias sobre o metal. “Para começar, o
nióbio é um metal. Não é minério. O minério tem cerca de 2,5% de nióbio, e
precisa passar por processos complexos até se chagar ao produto final [nióbio],
que é o metal que vendemos”, disse
“Mitos
atrapalham. Existem diversas ocorrências de Nióbio no Brasil, em especial na
Amazônia. Só que para transformar essas ocorrências em reserva de nióbio, é
necessário fazer furos de sondagem e quantificar massa e teor”, acrescentou.
Ribeiro
minimizou também riscos de o país perder espaço para concorrentes estrangeiros.
“Temos, na CBMM, uma reserva para mais de 100 anos. Portanto há desinteresse
[de outros grupos] em investir [na produção de nióbio]. Atualmente detemos
cerca de 90% do mercado mundial. Também não é verdade que há nióbio apenas no
Brasil”.
Segundo ele,
há reservas em 85 regiões do mundo, entre Austrália, África, Groelândia,
Rússia. “Se muitas não estão, atualmente, em operação, é porque os produtores
atuais têm uma capacidade de produção maior do que o tamanho do mercado. Eles
não vão investir bilhões de dólares em um mercado pequeno”, argumentou.
Diante desse
cenário, o presidente da CBMM aponta como “maior desafio” para o país –
enquanto líder de mercado e detentor da mina mais produtiva e do menor custo de
produção de nióbio – o desenvolvimento e o crescimento do mercado.
A maior
concorrência ao nióbio brasileiro não são empresas estrangeiras, mas outros
metais com características e utilidades similares – caso do vanádio, entre
outros metais. “Uma das vantagens do nióbio é a de ter preço mais estável no
cenário mundial, o que dá mais segurança àqueles que o utilizam”, explica o
presidente da CBMM.
Ainda segundo
Ribeiro, o nióbio apresenta outras vantagens em relação aos metais concorrentes
. “Há vantagens e aplicações únicas quando misturado ao níquel, em especial
para a turbinagem de aviões, de forma a aguentar temperaturas mais altas”.
Fonte : Revista Exame
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