Foto reprodução BlogOpará
Por: Manoel Leão
Publicado em : 2011
Carta às Oposições de Juazeiro
"Diferente do que
gostaria, dirijo esta carta, aberta e pública, às oposições de Juazeiro, que
deveriam ser, pelo menos neste momento crucial, uma e única, no combate à
calamidade com nome, cargo e intenção, instalada no Paço municipal por fraqueza
de nossos líderes e desinformação de nossa gente.
Desde o malfadado
03 de Outubro de 2008, quando, conjurando forças malignas e unindo o que há de
podre na política de Juazeiro, o então empresário Isaac Carvalho, não tão
bem sucedido assim, deu um tombo exemplar nas lideranças que se
alternavam no poder, não temos o registro de um só passo para unir as forças
que desaprovavam sua proposta de governo (que ele não cumpriu) ou de
estabelecer uma pauta de discussão para encontrarmos uma alternativa a este
desastre que está sendo sua administração.
Isaac aparelhou
entidades sindicais, calou ou tenta calar os meios de comunicação, silenciou
associações, desmantelou as tentativas de organização nas comunidades, emprega
e apadrinha funcionários de suas empresas, protege e silencia sobre os atos
imorais de seus comparsas, age como se a prefeitura fosse extensão de sua
casa e de seus negócios e sobre tudo isso o silêncio morno de nossos líderes.
Isaac, desde o
primeiro momento, imputa às administrações anteriores todos os males de
Juazeiro, como se esta cidade não existisse antes dele e, mesmo não colocando
um só tijolo em qualquer obra, arvora-se no direito de propagandear realizações
e “e o maior volume de obras” já visto. São mentiras que as oposições
engole calada.
Tudo,
absolutamente tudo, desde o reajuste dos servidores até as esfarrapadas
desculpas sobre os desvios, provados e comprovados, é mentira e engodo e não há
noticia, chamamento, convocação, que tenha partido de nenhuma de nossas
lideranças políticas para se discutir, unir e contrapor a esta falta de
vergonha, que virou norma e forma de agir na administração do prefeito Isaac.
O povo de Juazeiro
sofre, desde o centro inseguro da cidade, passando pelo desastre dos bairros
periféricos até os abandonados povoados e distritos, como nunca. O dinheiro da
prefeitura vira, literalmente, pó. Os bens públicos se desfazem diante de
nossos olhos. Não fosse a insistente fé de nossa gente, que reclama nos meios
de imprensa, que reage a cada aparição do prefeito com vaias e apupos, pela
atitude e silêncio das lideranças políticas, dir-se-ia que Juazeiro chegou ao
paraíso.
Basta! Política
não é apenas campanha eleitoral; não é apenas atender aos amigos, não é ratear
empregos, dividir benesses, promover o bem estar da família, favorecer empresas
e disputa eleitoral. Política, principalmente a política de oposição, é
organizar, discutir, propor alternativas, protestar.
Das lideranças
políticas o Povo quer ouvir posicionamento claro e não este vai não vai, aceita
e cala. Ou nos juntamos ou continuaremos assistindo o desmonte desta cidade,
desmonte moral e físico, impossível de ser contido, mesmo depois da saída deste
prefeito.
Quem se pretende
candidato de oposição, para legitimar suas pretensões, deve sair dos
bastidores, dos encontros furtivos, propor unidade, expor suas propostas
e comprometer-se a agir, reunir, discutir e, principalmente, assumir a crítica,
sem panos quentes, a essa administração danosa.
Não me apareçam às
vésperas das convenções como salvadores estes que até hoje se locupletam com o
desmazelo de Isaac; não me venham candidatos saídos do balaio da falta de
vergonha se dizendo sérios ou candidatos hoje silenciosos, apesar das pancadas
que tomam, implorando que se lhes faça justiça.
A hora da unidade
e união é agora! Nossa cidade não suporta mais e nossa gente não será
facilmente engabelada por discursos de véspera.
Me disponho a
aceitar todos os convites para todas e quaisquer iniciativas destinadas a
discutir o futuro de Juazeiro sem Isaac, desde que sejam abertas e
públicas. Me disponho a endossar e repercutir toda manifestação das lideranças
de Juazeiro em favor da unidade, desde que públicas e sem restrições. O que não
admito mais é a indefinição e a complacência com o crime e a desídia imposta ao
povo de Juazeiro."
Manoel Leão
Jornalista
Fonte: Site
Recanto das Letras
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