Da Redação
Prof. Taciano Medrado
Diante dos ataques que Jair Bolsonaro
e seu ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, vêm fazendo ao serviço
público do país, acusando os servidores e servidoras de “parasitas”, e das
tentativas de colocar a população contra esses trabalhadores, no intuito de
promover um processo de privatização sem precedentes na história do país, os
servidores públicos sairão às ruas, em apoio à greve geral convocada pela CUT e
demais centrais, no dia 18 de março. Será o Dia Nacional em Defesa do Serviço
Público, dos Servidores, Contra a Privatização e o Desmonte do Estado.
A adesão à greve deverá ser uma das
maiores já registradas no país, acreditam os dirigentes de Federações e
Confederações filiadas à CUT.
O presidente da Confederação Nacional
dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, está otimista com a adesão
da categoria. Segundo ele, devem participar do movimento cerca de quatro
milhões de professores e profissionais da educação.
Heleno reforça a necessidade do apoio
da população na luta em defesa do ensino público gratuito e de qualidade,
diante dos ataques do governo federal.
“Na atual conjuntura já era para a
população e os servidores estarem nas ruas protestando. É um absurdo a postura
de Bolsonaro e de Guedes de entregar a Petrobras,
a Casa da
Moeda e, outras estatais e ainda desmontar toda a estrutura
da educação do país”, afirma o dirigente.
Para ele, o desmonte do serviço
público de qualidade para a população já está em andamento. Um exemplo é a
Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que prevê a retirada da
obrigatoriedade de municípios e estados investirem 25% do orçamento na educação
e na saúde.
“Dizer que quer dar flexibilidade ao
orçamento para os municípios investirem onde acham que é mais necessário, é dar
um enorme prejuízo à educação e à saúde de toda a população”, diz o presidente
da CNTE.
Heleno Araújo alerta ainda para o
impasse que vive o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e
de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que pode ser extinto no
final do ano.
Segundo a Agência Brasil, em janeiro
deste ano, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que o governo não
concordava com a proposta em discussão que tramita pela Câmara Federal e
prometeu encaminhar um texto para o Congresso, o que, até o momento, não
ocorreu.
Na última terça-feira (18), um pedido
de vista coletivo adiou para março (pós Carnaval), a votação do relatório de
deputada Professora Dorinha (DEM-TO) na comissão especial que analisa a
proposta de Emenda à Constituição (PEC) 15/15, que trata do Fundeb.
Outra
categoria que deverá aderir maciçamente ao Dia Nacional em Defesa do Serviço
Público, dos Servidores, Contra a Privatização e o Desmonte do Estado, são os
trabalhadores dos Correios.
De acordo, com José Rivaldo da Silva,
secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de
Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), a categoria deverá estar
mobilizada para o dia 18, mesmo com a possibilidade de uma greve dos trabalhadores dos Correios ser deflagrada já no início do mês.
“A mobilização deverá ser forte,
diante dos ataques e da retirada de direitos que vem sendo feita por Bolsonaro
e o presidente da empresa, general Floriano Peixoto, contra os trabalhadores
dos Correios,
que tem também como missão um serviço social prestado à população brasileira”,
afirma Rivaldo.
O dia 18 de março será uma resposta à
altura aos ataques e desaforos do governo para com os servidores públicos,
acredita Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Confederação dos
Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).
O dirigente tem como base a plenária
nacional da categoria, no último dia 13 de fevereiro, em que representantes de
25 estados participaram e deliberaram por unanimidade que o dia 18 de março
será de greve geral do setor público.
“Os sindicatos saíram da plenária com
a missão de construir a greve para dar uma resposta aos desaforos desse
ministro falastrão [Paulo Guedes] que quer tirar os direitos do funcionalismo e
destruir as estatais. Já passou da hora de termos uma greve à altura.
O secretário-geral do Condsef , no
entanto, lembra que é preciso que os servidores tenham também a missão de
dialogar com a população para demonstrar que o desmonte do serviço público
afeta direitamente os mais pobres.
“Este movimento não é apenas do
servidor público, é do serviço público de qualidade prestado à população”,
afirma Sérgio Ronaldo.
A Confederação dos Trabalhadores no
Serviço Público Municipal (Confetam/CUT) que representa 1, 5 milhão de
servidores municipais em nível nacional, reunindo 849 sindicatos, 18
federações, em 18 estados, também soma-se à luta por um trabalho decente e pelo
serviço público de qualidade.
A presidenta da Confetam/CUT, Vilani
Oliveira, diz que a categoria já está preparando material para esclarecer a
população sobre a importância dos serviços públicos, dos concursos e da
transparência na gestão de um governo.
“As pessoas começam a perceber que as
políticas públicas nacionais estão sendo reduzidas pelo Estado. Isto tem
ajudado a indignação e a revolta não só dos servidores, como da população. Por
isso eu tenho a expectativa que vamos ‘fazer bonito’ porque a categoria deverá
aderir em massa ao movimento do dia 18 de março”, afirma Vilani.
Fonte: Jornalggn
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