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Da Redação
Prof. Taciano Medrado
Olá caríssimo(a)s leitore(a)s,
Na última terça-feira (07), a
Agência Nacional de Águas (ANA) realizou a videoconferência mensal com o
objetivo de discutir as condições hidrológicas da bacia do Rio São Francisco.
Com projeções feitas pela equipe do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas
de Desastres Naturais (Cemaden) e pelo Operador Nacional do Sistema
Hidrelétrico (ONS), foram apresentadas e confirmadas boas notícias para o ano
hidrológico de 2020 na calha do Velho Chico.
Diante da análise, observou-se que
o reservatório de Três Marias em Minas Gerais já atingiu o volume útil máximo,
o que já obrigou os operadores a abrir comportas preventivamente. Além disso, o
reservatório de Sobradinho atingirá 100% de seu volume útil no próximo mês de
maio garantindo segurança hídrica para todos os usuários das águas do Rio São Francisco.
É importante informar que a partir de um volume útil acima de 60%, a operação
do reservatório de Sobradinho entra na chamada “faixa de operação normal”. De
acordo com o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco
(CBHSF), Anivaldo Miranda, as vazões abaixo (jusante) das hidrelétricas
aumentaram consideravelmente com as chuvas do período úmido no Alto São
Francisco e agora, no caso de Sobradinho, subiram de 800m³/s e 1.100m³/s para o
patamar de 1300m³/s (mil e trezentos metros cúbicos por segundo) atendendo a um
pedido do Governo do Estado de Sergipe como forma de diminuir a turbidez
excessiva na tomada d’água que abastece a região metropolitana de Aracaju.
“Essa tomada d’água fica na altura da cidade de Propriá (SE), nas margens do
rio e sofreu problemas com a chegada de grandes volumes de águas com nutrientes
e detritos provenientes do Rio Ipanema, um rio intermitente (seco na maior
parte do tempo) que nasce em Pernambuco e deságua na vertente do São Francisco,
já em território de Alagoas, mas acima (montante) de Propriá (SE)”, explicou.
Os dados da meteorologia, por sua vez, ainda se mostram favoráveis muito embora
se preveja para toda a Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco chuvas menos
volumosas, algo característico durante o mês de abril. Porém, seja como for, a
precipitação média para abril está prevista para alcançar os 30%, um pouco
abaixo da média usual de 50% mas ainda assim importante para a manutenção
dos bons percentuais de enchimento dos reservatórios.
Transposição e cunha
salina
O presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, que acompanhou toda a
videoconferência, observou, diante do contexto das apresentações dos órgãos que
operam as vazões e os reservatórios, a ausência de informações sobre as
captações dos canais do Projeto da Transposição, justamente agora quando,
depois de uma seca que se prolongou desde 2013, a situação das vazões do São
Francisco é bastante favorável.
O superintendente da ANA e coordenador da
videoconferência, Joaquim Gondim, explicou que ainda não será desta vez que um
volume maior das águas do Velho Chico chegará aos canais dos eixos Norte e
Leste da Transposição, por questões de ordem operacional e prometeu na próxima
videoconferência convidar a área de infraestrutura do Ministério do
Desenvolvimento Regional a fazer uma apresentação específica sobre o tema.
Miranda observou ainda que o início vigoroso da estação chuvosa no Baixo São
Francisco, sobretudo na bacia do Rio Ipanema, para além dos problemas de
enchentes e segurança de barragens, acarreta a perda lamentável de grandes
volumes de água por falta de uma rede maior de pequenos reservatórios na região
daquela bacia semiárida de rio intermitente. “Lamento ainda que, por ausência
de gestão hídrica em rios considerados secos, todas as vezes que o precioso
líquido chega se perde também porque, além de ocupar o leito dos rios
intermitentes, as populações acumulam o lixo e o esgoto que depois vai
comprometer a qualidade das águas exatamente quando a tão longamente esperada
chuva chega”.
Todavia, o presidente do CBHSF ponderou que se por um lado as
águas do Ipanema depois de 40 anos de espera não foram aproveitadas, pelo menos
desaguaram na foz do Rio São Francisco com grande volume de nutrientes que, somados
às vazões generosas vindas do Alto e Médio São Francisco desde janeiro último,
servirão para minorar os efeitos da intrusão salina das águas oceânicas, bem
como, e principalmente, dar alento à biodiversidade estuarina e marinha
sobretudo na vasta área de manguezais e de vegetação estuarina e de restinga
que fica entre os estados de Sergipe e Alagoas.
Assessoria de Comunicação
CBHSF: TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social *Texto: Deisy Nascimento
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professortacianomedrado.com
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