foto reprodução internet
Da Redação
Prof. Taciano Medrado
Olá caríssimo(a)s leitore(a)s,
Em matéria publicada no blog Preto no
Branco (PNB) da jornalista Sibele Fonseca nesta quinta-feira(21), funcionários do Hospital Regional de Juazeiro clama por socorro e suplicam providencias.
Vejam a transcrição na íntegra da matéria replicada ipis litteris da blog PNB
Na última sexta-feira (15), o PNB
publicou uma série de denúncias graves feitas por um grupo de profissionais de
saúde, composto por pessoal do administrativo, técnicos em enfermagem,
enfermeiros e médicos, contra a direção do Hospital Regional de Juazeiro,
administrado pela Associação de Proteção à Maternidade e a Infância de Castro
Alves, terceirizada da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). A
unidade hospitalar é referência para a Covid 19, e atende cerca de 55
municípios da região norte e do sertão pernambucano, que integram a Rede PEBA.
O grupo clamava por providências dos poderes públicos.
Além de mais um atraso no pagamento
dos salários, prática constante da direção, o grupo denunciou que, em plena
pandemia do novo coronavírus, os profissionais de saúde não estão recebendo
EPIs apropriados e nem em quantidade suficiente. “No momento está faltando
luva. Toda semana falta uma coisa”.
Após a reportagem, o PNB não parou de
receber denúncias de funcionários da instituição, que revoltados e sentindo-se
desamparados, reforçaram os pedidos de socorro as autoridades do MP e do
judiciário, aos gestores, e aos parlamentares da região
“Sou funcionária do Hospital regional
de Juazeiro/BA, infelizmente venho desabafar o descaso e o sofrimento que a
gente vem passando com essa empresa que está gerindo o hospital, a APMI.
Infelizmente, não somos o primeiro hospital que esta empresa vem fazendo
descaso com os funcionários. Se pesquisa na internet, vai vê que em outras
cidades ela já vem causando problemas. Hoje completamos 2 meses sem salário.
Homenagens não faltam, mas o que queremos é o nosso salário. Estamos arriscando
nossas vidas, e os grandes estão em suas casas, sentados, sem o seu salário
atrasar. Existem pessoas que precisam pagar aluguel, precisam se alimentar.
Estamos no meio de uma PANDEMIA, o Ministério Público e o prefeito da cidade
fecham os olhos para o que está acontecendo no Regional. Temos desgastes físico
e emocional para salvar vidas. Enquanto isso, estamos sofrendo com essa direção
irresponsável. O governador do estado fecha os olhos, porque sabe que a empresa
pertence a gente grande, que é do lado dele. O Ministério Público de Juazeiro
precisa acordar! Esta empresa já deu aqui, ela é muito irresponsável! Por
favor, nos socorre!”, apelou a profissional.
Outras denúncias se sucederam e todas
muito graves.
“Estamos trabalhando em um hospital
referência para a Covid 19, e não passamos por nenhum treinamento. Tivemos
apenas um dia de encontro com o infectologista Dr Washington, e só. O macacão
que usamos não é apropriado. Eles foram doados por uma loja de adubos e deve
ser descartado após usado 60 vezes. Quem controla isso? Eles também deveriam
ser passados a uma determinada temperatura, mas nos chegam amassados, sem terem
visto ferro. Além disso não são impermeáveis. Quem quiser venha aqui testar”,
denunciou uma funcionária, que foi mais além “Sim, nos deram máscaras. Uma
máscara PFF2 para ser usada durante 15 dias, quando deveriam ser descartadas
após o turno de trabalho, segundo protocolo da Anvisa. E pasmem: descobrimos
recentemente que são falsas, não tem as capas e os filtros de uma máscara
verdadeira. Elas até têm o selo do Inmetro, mas não estão dentro das normas.
Quem quiser venha aqui testar também”.
Outro funcionário questionou um
repasse que a empresa recebeu para o enfrentamento a pandemia.
“No portal da Transparência consta
que a direção recebeu um repasse do Governo do Estado de mais de novecentos mil
reais, para implantação de leitos para a Covid 19, mas o que fizeram foi trocar
o nome da sala de UTI para “UTI Covid 19, e não instalaram nenhum leito.
Existiam 20 leitos na UTI, dez para clínica e dez cirúrgicos. Continua o mesmo
número de leitos, sendo que só dez para a Covid, e sem os dez respiradores.
Existe em torno de sete. Trocaram também o nome da Clínica Cirurgia, para
“Clínica Covid”, mas não houve aumento real no número de leitos. Deixaram de
prestar os outros atendimentos, mas continuam os 30 leitos intermediários,
quando o paciente não apresenta complicações e os 10 leitos da UTI”.
“Eu pergunto: A empresa continua
recebendo o mesmo repasse, mesmo não atendendo mais os serviços de antes, como
o ambulatorial e outros, com exceção da oncologia e da urgência, os outros
foram cancelados para investir no atendimento a Covid, fortalecendo a rede.
Investiram em que? onde? Eles não estão pagando nem os nossos salários? O
governador conhece esta situação? E o Ministério Público, já veio aqui apurar
nossa denúncias que não são de agora?
Respostas
Direção da APMI
O PNB entrou em contato com a
assessoria de imprensa da APMI, que em nota afirmou que o “Hospital Regional de
Juazeiro mantém rotina de treinamento e distribuição de EPI’s para todos os
colaboradores da unidade hospitalar, de acordo com suas funções. Os
funcionários de todos os setores continuam sendo treinados com relação à
higienização e uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para
diminuir o risco de contágio pela Covid-19″.”Inúmeras medidas foram tomadas
aqui no hospital visando à prevenção ao coronavírus. Criamos o Comitê Interno
de Enfrentamento ao Covid-19, que atua na prevenção, orientação e combate à
epidemia e passadas informações: área exclusiva para pacientes com suspeita de
contaminação pelo vírus, fluxos de acessos, uso de máscaras, orientações pós-alta
com os esclarecimentos sobre o período de isolamento, dentre outros pontos
importantes. O Comitê é responsável para atender as atender às demandas da
Sesab e criar fluxos, rotinas e treinamentos para enfrentamento ao Covid-19,
além de distribuição de EPI’s, orientações e outras medidas”, informou José
Antônio Bandeira, diretor médico e de Ensino e Pesquisa do HRJ, afirmando que o
hospital segue as “orientações técnicas da Secretaria da Saúde do Estado da
Bahia (Sesab), Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OMS)”.
Secretaria da Saúde do Estado da
Bahia
Já a Secretaria da Saúde do Estado da
Bahia, também em nota enviada ontem, 20 de maio informou que o órgão “realiza
pagamentos regulares e consecutivos a todos os fornecedores, incluindo a APMICA.
Nos últimos 30 dias foram realizados pagamentos que totalizaram R$ 5,934
milhões para a instituição. Cabe ressaltar que a mesma é a responsável pela
gestão de mão de obra e insumos do Hospital Regional de Juazeiro. A denúncia
sobre a ausência de pagamento de salário aos funcionários será apurada e as
medidas cabíveis serão tomadas”.
Ministério Público
O Ministério Público, em Juazeiro, em
nota enviada ao PNB no último dia 18, esclareceu que a “Promotoria de Justiça
com atribuição na área de Saúde ajuizou ação civil publica de número
0504162-57.2016 sobre os reiterados atrasos no repasse de valores pelo governo
do Estado à APMI, referente à gestão do Hospital Regional de
Juazeiro. Segundo a promotora de Justiça Rita de Cássia Rodrigues Caxias
de Souza, a ação tem por objeto ainda a reestruturação da Unidade Hospitalar
quanto à estrutura física, compra de equipamentos e se refere ao cumprimento do
contrato de gestão pela APMI. A promotora de Justiça esclarece que a
Promotoria de Justiça de Saúde tem constantemente demonstrado, através de
documentos e auditorias da própria SESAB e do NRS, o descumprimento da decisão
de antecipação de tutela concedida pela 1 Vara da Fazenda Pública da Comarca de
Juazeiro e vem pedindo que seja avaliada a sentença de mérito com a aplicação
das medidas judiciais cabíveis”.
O MP passou para o Ministério Público
do Trabalho, a responsabilidade de instaurar procedimento para apurara a falta
de EPIS e demais direitos dos profissionais. Entramos em contato com o órgão e
aguardamos resposta.
Em contato com o Juiz José Goes, da 1
Vara da Fazenda Pública da Comarca de Juazeiro, citada pela Promotora Rita de
Cássia na nota, o magistrado informou apenas que “já houve liminar, inclusive,
com bloqueio de verba. O MP, no dia 18 deste mês, informou o descumprimento da
liminar e já houve despacho do Juízo da Fazenda pública”.
Lembrem-se: dia 18 de maio, foi
quando o PNB entrou em contato com o MP, em Juazeiro, solicitando um
posicionamento sobre a situação do hospital.
Vejam: direção do hospital, Secretaria
da Saúde do Estado, Ministério Público, Juiz da Fazenda Pública, de alguma
forma, todos os lados ouvidos por nossa reportagem justificam, argumentam,
tentam explicar, mas não apresentam nenhuma ação concreta e rápida, como pede o
momento de pandemia, para resolver a situação dos funcionários do hospital.
E eles suplicam:
“Pedimos socorro! Estamos
desamparados pela lei, estamos a mercê dos desmandos da empresa, os políticos
não nos enxergam, estamos expostos ao poderoso vírus, sem ao menos poder pagar
nossas contas e trabalhar com um pouco mais de tranquilidade. Estamos
desamparados por todos!” desabafou uma profissional de saúde, mãe, arrimo de
família”.
Fonte: PNB/ Sibelle Fonseca
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