Da Redação
A
ideia de que a adoção do voto impresso aliado ao voto na urna
eletrônica é uma forma extra de garantir a lisura das eleições brasileiras é
falsa. A afirmação foi feita pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral,
ministro Luís Roberto Barroso, em discurso na cerimônia de inauguração da sede do
Tribunal Regional Eleitoral do Acre, nesta quinta-feira (29/7).
"O
voto impresso não é mecanismo de auditoria, pela singela razão de que o voto
impresso é menos seguro do que o voto eletrônico. Você não cria mecanismo de
auditoria menos seguro do que o objeto que está sendo auditado", afirmou
Barroso, no evento, que foi transmitido pela internet.
"E
por que ele é menos seguro?", continuou o presidente do TSE. Em suma,
explicou que demandaria o armazenamento e transporte de 150 milhões de votos,
em país com histórico de roubo de cargas e controle de localidades por facções
criminosas e milícias.
E
também porque isso demandaria a recontagem manual, onde falhas humanas podem
gerar discrepâncias de resultado. Sem contar os cursos exorbitantes de
implementação do voto impresso, os potenciais problemas técnicos, a dificuldade
de licitação e o risco de quebra do sigilo de voto — o que permitiria,
inclusive, que o comprador de votos configura se foi atendido.
"É
um consenso de que essa é uma mudança para pior", afirmou Barroso, que
exaltou a urna eletrônica e o atual sistema como um que consagra a democracia,
inclusive com alternância de grupos políticos no poder no Brasil.
"O
discurso de que 'se eu perder, houve fraude' é discurso de quem não aceita
a democracia, porque a alternância no poder é um pressuposto dos regimes
democráticos. Assim é porque assim deve ser em toda parte", apontou.
A
fala faz referência à campanha desenfreada do presidente Jair Bolsonaro, que vem questionando a legitimidade da urna eletrônica. Barroso, que foi um dos atacados pelo
presidente, por outro lado tem encabeçado a defesa da urna eletrônica, com contato direto
com senadores e agentes políticos.
"Ninguém
tem paixão por urna eletrônica. Nós temo paixão por eleições livres e limpas. E
esse é o nosso compromisso", disse Barroso, que ressaltou a
inexistência de fraudes desde que a urna eletrônica passou a ser usada no país.
"Em
2014, o candidato derrotado pediu a auditoria do sistema. Foi feita a
auditoria, e o próprio partido do candidato — que ficou vencido por pouco,
diga-se de passagem — reconhece que não houve fraude. Isso não aconteceu na
experiência brasileira. Nunca se documentou. O dia que se documentar, o papel
da Justiça eleitoral é imediatamente ir apurar", apontou.
Com
informações da Revista Consultor Jurídico
Para
ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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