Da Redação
A
compra de 10.168 pistolas da marca Glock pela Secretaria de Segurança Pública
da Bahia (SSP-BA) pode ter causado um prejuízo de mais de R$10 milhões aos
cofres públicos baianos. Tudo por conta dos gestores da pasta que optaram por
não realizar a compra através de licitação pública, com a desculpa da marca ser
a única detentora de qualidade.
Com
a compra direcionada, o estado da Bahia teve um gasto de cerca de R$20.8
milhões para aquisição das pistolas da marca Austríaca Glock modelo G22, Gen5
calibre 40.
As
pistolas foram pagas através dos recursos do FEASPOL – Fundo Especial de
Aperfeiçoamento dos Serviços Policiais e do FUNEBOM – Fundo Estadual do Corpo
de Bombeiros Militar da Bahia. A origem dos recursos desses fundos são taxas
pagas por pessoas físicas e/ou jurídicas que estejam sujeitas a fiscalização ou
quando requisitam policiamento para suas solenidades ou para os seus
estabelecimentos.
No
mesmo mês em que a Bahia estava fechando o negócio, a Polícia Militar de São
Paulo concluía sua licitação para aquisição de pistolas calibre .40, entre as
empresas participantes estavam a Glock, a italiana Beretta e a fabricante turca
Canik. Após 28 rodadas de lances a Glock ofertou o seu menor lance de R$891,66
(oitocentos e noventa e um reais e sessenta e seis centavos), sendo a vencedora
do pregão.
Enquanto
isso, a Bahia adquiriu suas Glock por dispensa de licitação custando a unidade
mais de R$2 mil (dois mil reais).
Com
a realização do procedimento licitatório a Policia Militar do Estado de São
Paulo teve uma economia de R$ 53 milhões aos cofres públicos, conforme o Centro
de Material Bélico da corporação.
O
que chama atenção na aquisição das pistolas Glock pela SSP foi a utilização do
preço de referência registrado na ata do pregão eletrônico internacional do Estado
do Espirito Santos, sendo três vezes mais caro em relação a aquisição pela PM
paulista.
Caso
a Bahia optasse por realizar seu próprio certame em vez de gastar R$20 milhões,
teria arrematado o lote por R$9 milhões, trazendo uma economia ao erário de R$11
milhões.
Segundo
fontes do TCU, auditores vão investigar se as faturas estariam sendo feitas
pela Glock em Montevidéu para evitar o rastreamento de possíveis comissões.
“Esse é um mercado altamente competitivo, joga-se muito pesado. Vendedor
oferece comissão mesmo!”, afirma o ex-secretário Nacional de Segurança Pública,
o coronel reformado da PM paulista José Vicente da Silva Filho. “A melhor
vacina contra isso é licitação”, ensina.
O
contrato da SSP-BA foi fechado com o mesmo escritório da Glock América S.A,
situada em Montevidéu no Uruguai, mesmo sendo amplamente divulgado pelos sites
e jornais baianos que a compra das pistolas seria feita diretamente na fábrica.
Já que sabemos que a compra não foi feita na Áustria, qual a necessidade da
viagem da comitiva liderada por Maurício Barbosa? Somente para atestar a
qualidade e o desempenho do armamento? Algo tão notório e de amplo conhecimento
dos policiais e atiradores sobre a performance da Glock.
Vários
fatos curiosos cercam essa compra direta, mais um deles é sobre o número de
carregadores, aonde foram comprados 5 (cinco), entretanto só foram entregues
aos policiais 3 (três).
Segundo
policiais civis que receberam a carga das pistolas G22 só tiveram aulas
teóricas, até então nenhuma aula prática.
Diante
das denúncias de supostas irregularidades no âmbito da Secretaria de Segurança
Pública esse é mais um fato que merece atenção do novo secretário, como também
do Ministério Público que deve apurar os fatos, identificar os responsáveis
para que respondam por seus atos, pois o maior interessado são os baianos que
são vitimas da violência.
Com informações do RX Notícias
Para
ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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