O
delegado Felipe Alcântara de Barroso Leal não mais faz parte das investigações
do inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro interferiu na Polícia
Federal. Seu afastamento foi determinado nesta sexta-feira (27/8) pelo ministro
Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Responsável pelo caso,
o ministro diz, em seu despacho, que o policial solicitou informações sobre
fatos que nada têm a ver com a apuração em curso.
O
ministro diz em sua manifestação que, em vez de apurar fatos relacionados com a
suposta interferência de Bolsonaro, o delegado pediu informações sobre atos do
atual diretor-geral da corporação e de investigações a cargo da
Procuradoria-Geral da República (PGR) que não têm relação com a denúncia feita
pelo ex-ministro Sérgio Moro de que Bolsonaro queria intervir na PF
Entre
as informações pedidas pelo delegado Leal estavam relatórios da Agência
Brasileira de Inteligência (Abin) e pelo Gabinete de Segurança Institucional
(GSI) que teriam fornecido informações à defesa do senador Flávio Bolsonaro
(Patriota-RJ), investigado por supostamente desviar recursos de funcionários de
seu gabinete quando era deputado estadual no Rio de janeiro, no esquema das
"rachadinhas".
"Não
há, portanto, qualquer pertinência entre as novas providências referidas e o
objeto da investigação", diz Alexandre, que também determinou a anulação
dos atos do delegado.
"Verifico
que as providências determinadas [para apurar a interferência de
Bolsonaro] não estão no escopo desta investigação, pois se referem a atos
que teriam sido efetivados no comando do DPF Paulo Maiurino, que assumiu a
Diretoria-Geral da Polícia Federal em 6/4/2021, ou seja, após os fatos apurados
no presente inquérito e sem qualquer relação com o mesmo", conclui. O
ministro também pediu que um novo delegado seja nomeado para acompanhar as
investigações.
Clique
o aqui para ler o despacho do ministro
Inq. 4.831
Com informações da Revista Consultor Jurídico
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