Da Redação
Um relatório divulgado na última sexta-feira (13) pela
Europol, força policial da União Europeia (UE), mostra como os grupos
terroristas têm utilizado a internet para manter a relevância. O documento foca
principalmente em dois grupos
terroristas: Al-Qaeda e Estado Islâmico (EI). As informações são do site de notícias internacionais A Referência.
“Grupos terroristas
jihadistas dedicam esforços significativos para criar campanhas de
comunicação online eficazes. A produção e disseminação de conteúdo de
propaganda é parte integrante desses esforços. Impulsionados pela inovação
digital, esses grupos não se abstêm de explorar as tecnologias mais recentes
para transmitir sua mensagem ao público-alvo”, diz o documento.
A Europol destaca que os dois
grupos sofreram importantes
derrotas recentemente. O EI foi praticamente dizimado
militarmente e atravessa um “momento
crítico em sua evolução”, com a perda inclusive de infraestrutura de
produção de mídia. Já a Al-Qaeda viu a queda de importantes líderes, mas foi
capaz de se manter ativa e ainda consegue “capitalizar os eventos atuais para
avançar suas inclinações ideológicas”.
A preocupação dos europeus é
com a capacidade de os jihadistas influenciarem extremistas solitários. “A
imagem apresentada no relatório é um claro lembrete de que as mensagens dos
grupos jihadistas continuam a ter um efeito mobilizador e a inspirar e incitar
ataques isolados de indivíduos que podem não ter conexões físicas com nenhum
desses grupos”.
Uma das estratégias de divulgação
do EI para compensar a perda de estrutura é terceirizar a propaganda,
pois o grupo “continua a coordenar uma rede dispersa de afiliados que estão
prontos para atender sua chamada, tanto online quanto offline”.
Mesmo enfraquecido, o grupo
extremista continua a transmitir sua mensagem “e alcança seu público-alvo
graças aos esforços de apoiadores comprometidos e suas redes”, diz o relatório.
“A propaganda do EI continua a direcionar e inspirar ataques isolados em solo
da UE, com redes de apoiadores ampliando a ameaça com campanhas de Conteúdo
Gerado por Apoiador (SGC, da sigla em inglês)”.
As ações da Al-Qaeda, por sua
vez, têm sido diferentes, inclusive com a iniciativa eventual de abrir “negociações
com governos locais, seguindo a abordagem do Taleban” no Afeganistão. O grupo
“foi capaz de construir uma nova narrativa em torno da rejeição da brutalidade
e da proibição de matar muçulmanos inocentes”, diz o texto, que destaca o
discurso menos extremistas que o do EI.
Como forma de fortalecer o
combate ao terrorismo, a Europol anunciou um grupo
de novas normas na UE para combater a disseminação de conteúdo
terrorista online, que serão aplicáveis a partir de junho de 2022. A principal
meta é proibir a hospedagem de propaganda terrorista online, bem como obrigar a
remoção de conteúdo do gênero quando solicitado pelas autoridades responsáveis
ou pela própria Europol.
Relatório da Europol
Em junho, a Europol
divulgou em outro relatório que
a UE foi alvo de 57
ataques terroristas em 2020. Nem todos foram executados até o fim.
Muitos falharam ou foram frustrados pelas autoridades. Vinte e uma pessoas
morreram em função dos atentados e 449 foram presas sob suspeita de associação
ao terrorismo.
Segundo o documento, o surto
de Covid-19 contribuiu
para o grande número de ataques: “A situação criada pela pandemia pode ser um
fator adicional de estresse, potencialmente encorajando indivíduos vulneráveis
a recorrer à violência”.
“Extremistas e terroristas encontraram
novas oportunidades devido ao maior tempo que passam online”, diz o texto
publicado na ocasião, que prossegue: “A grande quantidade de desinformação
disseminada” pela internet permite que eles “explorem a insatisfação social
para alcançar e propagar suas ideologias”.
No Brasil
Casos mostram que o país é um
“porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um
levantamento do site The Brazil
Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas
no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica,
Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da
revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah
viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro,
recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em 2016, duas semanas antes do
início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF
prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados
semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao
Estado Islâmico foram presos e dois fugiram.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser removidos sem prévia notificação.
Postar um comentário