Profissional da saúde
administra vacina à Covid-19 em hospital de Cundinamarca, Colômbia, fevereiro
de 2021 (Foto: PAHO/Karen González)
Da Redação
Os
programas de reforço da vacinação contra a Covid-19, implementados por
diversos países, podem prolongar a pandemia e aumentar a desigualdade, alertou
na quarta-feira (22) o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde),
Tedros Ghebreyesus.
“Nenhum
país pode impulsionar sua saída da pandemia”,
disse Ghebreyesus, falando em Genebra durante sua última coletiva de imprensa
do ano. “O reforço não pode ser visto como uma passagem para seguir adiante com
as comemorações planejadas, sem a necessidade de outros cuidados”, acrescentou.
O
Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização (SAGE) da OMS
emitiu orientações provisórias sobre as doses de reforço, expressando
preocupação de que os programas em massa para os países que podem pagá-las
exacerbarão a iniquidade da vacina. Atualmente, cerca de 20% de todas as doses
de vacina administradas estão sendo administradas como reforços ou doses
adicionais.
“Os
programas gerais de reforço provavelmente prolongarão
a pandemia, em vez de interrompê-la, desviando o fornecimento para países
que já têm altos níveis de cobertura de vacinação, dando ao vírus mais
oportunidade de se espalhar e sofrer mutação”, disse Ghebreyesus.
Ele
enfatizou que a prioridade deve ser apoiar os países a vacinarem 40% de suas
populações o mais rápido possível e 70% até meados de 2022. “É importante
lembrar que a grande maioria das hospitalizações e mortes ocorrem em pessoas
não vacinadas, e não em pessoas sem reforço”, disse ele. “E devemos deixar
muito claro que as vacinas que temos permanecem
eficazes contra as variantes Delta e Ômicron”.
Ghebreyesus
relatou que, embora alguns países estejam agora lançando programas gerais –
para uma terceira, ou mesmo quarta dose, no caso de Israel – apenas metade dos
194 Estados-Membros da OMS foram capazes de inocular 40% de suas populações
devido a “distorções na oferta global”.
Vacinas
suficientes foram administradas globalmente em 2021, disse ele. Portanto, todos
os países poderiam ter alcançado a meta até setembro, se as doses tivessem sido
distribuídas de forma equitativa por meio do mecanismo de solidariedade global
Covax e sua contraparte da União Africana, AVAT. “Estamos animados porque o
fornecimento está melhorando”, disse Tedros. “Hoje, a Covax despachou sua 800
milionésima dose de vacina. Metade dessas doses foi enviada nos últimos três
meses”.
Projeção
para 2022
Embora
as projeções da OMS mostrem fornecimento suficiente para vacinar toda a
população adulta global até o primeiro trimestre de 2022 e dar reforços às
populações de alto risco, somente mais tarde no ano o fornecimento será
suficiente para o uso extensivo de reforços em todos os adultos.
Refletindo
sobre o ano passado, Ghebreyesus relatou que mais pessoas morreram de Covid-19
em 2021 do que de HIV, malária e
tuberculose combinados, em 2020. O coronavírus matou 3,5 milhões de pessoas
neste ano e continua a ceifar cerca de 50 mil vidas a cada semana.
Embora
as vacinas “sem dúvida salvem muitas vidas”, o chefe da OMS afirma que a
divisão desigual das doses resultou em muitas mortes. “Ao nos aproximarmos de
um novo ano, todos devemos aprender as dolorosas lições que este ano nos
ensinou. O próximo ano deve marcar o fim da pandemia de Covid-19, mas também
deve ser o começo de outra coisa: uma nova era de solidariedade, ”
Novas
orientações
A
nova orientação da OMS recomenda que os profissionais de saúde usem respirador
ou máscara médica, além de outros equipamentos de proteção individual (EPI), ao
entrarem no quarto de um paciente com suspeita ou confirmação de Covid-19.
Respiradores,
que incluem máscaras N95 e FFP2, bem como outros, devem ser usados
especialmente em ambientes com ventilação insuficiente. Como muitos
profissionais de saúde em todo o mundo não têm acesso a esses itens, a OMS está
pedindo aos fabricantes e países que aumentem a produção, aquisição e
distribuição de respiradores e máscaras médicas.
Ghebreyesus
destacou que todos os profissionais de saúde devem ter todas as ferramentas de
que precisam para realizar seu trabalho, o que inclui treinamento, EPI,
ambiente de trabalho seguro e vacinas. “É francamente difícil entender como um
ano desde que as primeiras vacinas foram administradas, três em cada quatro
profissionais de saúde na África permanecem não vacinados”, observou ele.
Conteúdo
adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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