O Senado previa para a noite desta terça-feira (14) a análise das indicações
para a vaga de ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) aberta com a saída
antecipada de Raimundo Carreiro. O cargo tem sido alvo de grande disputa entre
senadores já que proporciona salário alto, estabilidade e poder político. As informações são do FolhaPress.
Os
nove ministros que compõem a corte têm cargo vitalício e só se aposentam
compulsoriamente aos 75 anos. O salário também é bem atrativo. Os integrantes
do tribunal ganham uma remuneração bruta de R$ 37.328,65, mais uma série de
benefícios.
Politicamente,
a corte tem relevância por atuar como fiscal do Poder Executivo. Cabe ao TCU
julgar as contas do governo federal, realizar inspeções e auditorias de repasse
de verbas, por exemplo.
Estão
no páreo a senadora Kátia Abreu (PP-TO), o senador Antonio Anastasia (PSD-MG) e
o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).
A
vaga na corte foi aberta após o plenário do Senado ter aprovado, no dia 30 de
novembro, a indicação de Raimundo Carreiro para o cargo de embaixador do Brasil
em Portugal. Foram 65 votos favoráveis, 5 votos contrários e 1 abstenção.
Antes
da aprovação, Carreiro já havia passado por sabatina na Comissão de Relações
Exteriores do Senado.
Carreiro
oficialmente só iria se aposentar em 2023, portanto não haveria a necessidade
de o Senado escolher agora o seu sucessor. No entanto o presidente Jair
Bolsonaro (PL) decidiu indicá-lo ao posto em Lisboa.
Com
a previsão de saída de Carreiro da vaga que ocupa no TCU, senadores com força
política no Congresso se colocaram em lados opostos e agora disputam o cargo.
Como
não há uma regra formal, as indicações que pertencem ao Senado para a vaga no
tribunal vinham sendo decididas por acordo e consenso, com a sessão de escolha
se configurando apenas como um rito formal.
Entretanto
não há um acordo entre os parlamentares para a atual disputa, a ser decidida
com a votação.
Na
mais ferrenha briga entre senadores por uma vaga no TCU dos últimos 13 anos,
até suplentes entraram em jogo para tentar virar votos às vésperas da sessão
que elegerá o próximo ministro da corte.
Como
mostrou o jornal Folha de S.Paulo, o embate está acirrado e se intensificou na
reta final, com acusações de "golpe baixo" entre os candidatos.
Para
os suplentes, a nomeação de um dos senadores significa a oportunidade de eles
assumirem uma vaga no Senado.
No
caso de Kátia Abreu, os dois suplentes, um do PT e outro evangélico, apoiador
de Bolsonaro, têm enviado mensagens e ligado para parlamentares pedindo apoio.
Em
outra frente, o líder da Igreja Quadrangular, Bispo Guaracy Batista da Silveira
(PSL-TO), segundo suplente de Kátia, disparou mensagens a senadores nos últimos
três dias também em busca de respaldo.
Em
outra raia, Anastasia tem contado com a articulação do diretor de Assuntos
Técnicos e Jurídicos da Presidência do Senado, Alexandre Silveira, seu primeiro
suplente. Anastasia é o candidato do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco
(PSD-MG), de quem Silveira é próximo.
Presidente
do PSD de Minas, o diretor do Senado já foi deputado federal por dois mandatos
e tem atuado nas costuras de bastidor da candidatura do senador mineiro.
Nos
últimos dias, ganhou força o nome de Bezerra. Nos bastidores muitos
parlamentares falam no "efeito Mendonça", em referência à vitória da
indicação do ex-ministro André Mendonça para uma vaga no STF (Supremo Tribunal
Federal), que mostrou a força do governo na Casa em uma difícil disputa.
Nomes
influentes no Senado também apontam que a ascensão de Bezerra está relacionada
com a liberação de emendas em troca de votos.
Embora
ressaltem que Bolsonaro se manteve neutro na disputa, o representante do
presidente no Senado tem acesso direto a ministérios. Bezerra negou
veementemente por meio de sua assessoria de imprensa que esteja negociando emendas
para obter apoio.
Senadores
aliados dos três candidatos tentaram até o último minuto construir um acordo
para evitar a disputa nesta terça.
A
ideia seria buscar cargos com mandato a serem assumidos pelos senadores para se
retirarem da disputa. Os três candidatos terminam o mandato em janeiro de 2023
e, segundo aliados, têm o receio de não serem reeleitos no ano que vem.
A
votação promete ser apertada. Os aliados de cada candidato têm propagado
placares muito distintos.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser removidos sem prévia notificação.
Postar um comentário