Da Redação
Governo
determinou que os atletas deixem os aparelhos na Holanda quando viajarem a
Beijing para o evento esportivo
O
governo da Holanda determinou
aos atletas do país que competirão nos Jogos Olímpicos de Inverno Beijing 2022, com início
marcado para o dia 4 de fevereiro, que deixem seus telefones celulares pessoais
em casa. A decisão inédita visa a evitar espionagem por
parte do governo da China,
de acordo com a agência Reuters.
A
medida foi proposta pelo Comitê Olímpico da Holanda (NOCNSF, da sigla em
inglês), a fim de evitar possíveis interferências
de agentes estatais chineses no período em que os holandeses estiverem
no país asiático.
O
porta-voz do NOCNSF, Geert Slot, disse que a segurança cibernética faz parte da
avaliação de risco feita pelo governo holandês com vistas à viagem a Beijing,
mas se recusou a comentar qualquer medida específica.
“A
importância da segurança cibernética, claro, cresceu ao longo dos anos”, disse
Slot. “Mas a China fechou completamente sua internet, o que a torna um caso
específico”.
A
determinação abrange todos os integrantes da delegação, não apenas os atletas,
e vale para quaisquer aparelhos eletroeletrônicos pessoais. Todos receberão
celulares novos para levar à China, protegendo assim os dados pessoais que
estejam armazenados nos aparelhos usados habitualmente.
Por
que isso importa?
A
desconfiança global que recai sobre a China no que tange à vigilância
tecnológica tem como protagonista a Huawei, empresa de
telecomunicações suspeita de atuar a serviço de Beijing. A desconfiança aumentou
nos últimos meses devido à construção das redes 5G em
todo o mundo, sendo a companhia chinesa a principal fornecedora global de
infraestrutura do gênero.
A Huawei
foi proibida de
fornecer infraestrutura nas redes 5G de diversos países, justamente pelo temor
de que seja usada para espionar os
governos locais a favor da China. Austrália, Nova Zelândia, Portugal, Índia,
Estados Unidos e Reino Unido já baniram a fabricante em suas futuras
redes
Informações
obtidas pelo jornal The
Washington Post sugerem que a ligação da Huawei com o aparato de
vigilância governamental chinês é maior do que se imaginava. Os dados aparecem
em uma apresentação de Power Point que estava disponível no site da
empresa e foi removida.
Repleto
de itens “confidenciais”, o arquivo obtido pelo periódico mostra como a
tecnologia da empresa pode ajudar Beijing a identificar indivíduos por voz,
monitorar pessoas de interesse, gerenciar reeducação ideológica, organizar
cronogramas de trabalho para prisioneiros e rastrear compradores através
do reconhecimento
facial.
De
um lado, a Huawei nega atuar a serviço do Estado, mas admite que não tem como
controlar a forma como sua tecnologia é usada pelos clientes. Do outro, as
autoridades enxergam uma aproximação cada vez maior entre a Huawei e Beijing e
citam a Lei de Inteligência Nacional da China, de 2017, segundo a qual as
empresas nacionais devem “apoiar, cooperar e colaborar no trabalho de
inteligência nacional”, o que poderia forçar a gigante da tecnologia a
trabalhar a serviço do Partido
Comunista Chinês (PCC).
Para ler mais acesse, www:
professortacianomedrado.com
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