O
governo do Canadá concedeu
um empréstimo de 500 milhões de dólares canadenses (R$ 2,03 bilhões) à Ucrânia e também aceitou
enviar ao país europeu armamento militar. O acordo, anunciado na segunda-feira
(14) pelo primeiro ministro canadense Justin Trudeau, surge em meio à escalada
de tensão entre Kiev e a Rússia.
As informações são do site The Defense Post.
“Face
à gravidade da situação e após conversas com nossos parceiros ucranianos,
aprovei o fornecimento de 7,8 milhões de dólares canadenses em equipamentos e
munições letais”, disse Trudeau em entrevista coletiva.
De
acordo com o premiê, a decisão “responde a um pedido específico da Ucrânia e é
um acréscimo ao equipamento não letal que já fornecemos”. Ele acrescentou que
“a intenção desse apoio do Canadá e de outros parceiros é impedir novas
agressões russas”.
Retirada
de tropas
Nesta
terça (15), a tensão deu uma leve desacelerada após
a Rússia anunciar que algumas de suas tropas deixariam a região fronteiriça e
retornariam a suas posições em território russo. Estima-se que mais de 120 mil
soldados estejam posicionados para uma eventual
invasão à Ucrânia. Moscou não informou quantos deles seriam retirados.
De
acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, esse procedimento já estava
previsto: “Sempre dissemos que as tropas retornariam a suas bases após o
término dos exercícios. Este é o caso desta vez também”.
A Otan (Organização
do Tratado do Atlântico Norte), entretanto, não se animou muito com o anúncio,
segundo a rede Voice of America (VOA). “Isso dá motivos para um
otimismo cauteloso”, disse o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg.
“Mas, até agora, não vimos nenhum sinal de desescalada no terreno do lado
russo.”
Por
que isso importa?
A
escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia remete à anexação da Crimeia pelos
russos, em 2014, e à guerra em Donbass, que começou naquele mesmo ano e segue
até hoje.
O
conflito armado no leste da Ucrânia, que já matou mais de dez mil pessoas, opõe
o governo ucraniano às forças separatistas das autodeclaradas Repúblicas
Populares de Donetsk e Lugansk, que formam a região de Donbass e contam com o
suporte de Moscou. Em 2021, a situação ficou especialmente delicada, com a
ameaça de uma invasão integral da Rússia à Ucrânia.
Washington
tem monitorado o crescimento do exército russo na região fronteiriça e
compartilha com seus aliados informações de inteligência. Os dados apontam um
aumento de tropas e artilharia russas que permitiriam um avanço rápido e em
grande escala, bastando para isso a aprovação de Putin e a adoção das medidas
logísticas necessárias.
A
inteligência da Ucrânia calcula a presença de mais
de 120 mil tropas nas regiões de fronteira, enquanto especialistas
calculam que sejam necessárias 175 mil para uma invasão. Já a inteligência dos
EUA afirma que um eventual ataque ao país vizinho por parte da Rússia ocorreria
pela Crimeia e por Belarus.
Um
conflito, porém, não seria tão fácil para Moscou. Isso porque, desde 2014, o
Ocidente ajudou a Ucrânia a desenvolver e ampliar suas forças armadas, com
fornecimento de armamento, tecnologia e treinamento. Assim, embora Putin negue
qualquer intenção de lançar uma ofensiva, se isso ocorrer, as tropas russas
enfrentariam um exército ucraniano muito mais capaz de resistir.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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