Presidente argentino
Alberto Fernández reuniu-se com Xi Jinping no domingo (6) em Beijing, encontro
que incorporou a Argentina à Nova Rota da Seda (Foto: Casa Rosada/Divulgação)
A China transformou-se em forte
aliado da Argentina para pressionar o Reino Unido a renunciar
ao controle das Ilhas
Malvinas e entregar o arquipélago do Atlântico Sul a Buenos Aires.
Nesta segunda-feira (7), Londres rechaçou fortemente uma incendiária declaração
chinesa sobre o assunto e exigiu respeito à soberania britânica no território,
cenário de conflito armado nos anos 1980. As informações são do South
China Morning Post.
A
embaixada da China no país europeu sustentou nesta terça-feira (8) a posição de
Beijing sobre quem deve exercer domínio na região, reforçando uma declaração
conjunta do líder chinês Xi Jinping e do presidente argentino Alberto Fernandez
dada durante encontro entre os chefes de Estado no fim de semana.
Os
mandatários, que assinaram no domingo (6), na capital chinesa, a adesão
da Argentina à iniciativa Nova Rota da Seda, estão de acordo que Buenos
Aires deve ter “o pleno exercício da soberania” sobre as Falklands, como
se referem os britânicos às ilhas que são um tema espinhoso para os argentinos
há quase 40 anos.
O controle
britânico sobre as ilhas foi estabelecido em 3 de janeiro de 1833,
permanecendo de forma ininterrupta até 2 de abril de 1982, quando a Argentina,
governada por uma Junta Militar, iniciou a invasão que desencadearia a Guerra
das Malvinas. Perderam a vida no confronto 649 soldados argentinos e 255
soldados britânicos, além de três civis. O episódio chegou ao fim com a vitória
das forças britânicas.
A
ministra britânica das Relações Exteriores, Liz Truss, foi enfática ao afirmar
que o Reino Unido “rejeita completamente” quaisquer questões sobre a soberania
das Malvinas.
A
declaração da ministra foi uma resposta à embaixada chinesa, que manifestou
apoiar “firmemente a reivindicação legítima da Argentina de plena soberania
sobre as Ilhas Malvinas”, já que “a China sempre defendeu que as disputas
territoriais entre países deveriam ser resolvidas através de negociações
pacíficas, de acordo com os propósitos e princípios da Carta das Nações
Unidas”.
A
declaração do órgão diplomático chinês também cobrou celeridade no processo:
“Esperamos que o Reino Unido responda positivamente ao pedido da Argentina,
inicie o diálogo e negociações o mais rápido possível e encontre uma solução
pacífica, justa e duradoura”.
Toma
lá dá cá
Com
o assunto em pauta durante o encontro, Xi e Fernandez colocaram lenha na
fogueira em meio às tensões crescente entre a China e o Reino Unido,
particularmente por conta do boicote diplomático aos
Jogos Olímpicos de Inverno. Outro tema foi o acordo
Aukus, parceria entre os EUA e a Grã-Bretanha para fornecer propulsão de
submarino nuclear e tecnologia de drones subaquáticos à Austrália. Um provável
uso desses submarinos será ajudar Washington a neutralizar os submarinos
nucleares da China no Mar da China
Meridional.
Wang
Yiwei, professor de estudos europeus na Universidade Renmin de Beijing, disse
que a participação do presidente argentino na abertura dos Jogos de Inverno
marcou a assinatura de memorandos de entendimento que sustentavam sua vontade
de trabalharem juntos, bem como o apoio mútuo em questões de soberania. Entre
elas uma bem delicada para os chineses.
“A
posição da China em relação à questão das Malvinas sempre permaneceu a mesma
desde a época de Mao”, disse ele. “Como estas questões ainda não foram
resolvidas, a China manterá sua posição habitual. Além disso, a Argentina
também apoia a China nas questões de Taiwan”.
Segundo
o professor, Beijing está pronta para endossar as reivindicações da Argentina
na ONU (Organização das Nações Unidas).
Estatal
chinesa construirá usina na Argentina
A
estatal China National Nuclear Corp (CNNC, da sigla em inglês)
assinou na segunda-feira (7) um contrato na Argentina para a construção da
usina nuclear Atucha III. O projeto foi orçado em 8 bilhões de dólares e
usará a tecnologia chinesa Hualong One, reativando um acordo que estava parado
há anos. As informações são do South
China Morning Post.
A
parceria foi selada com o Comitê Nacional de Energia Atômica da Argentina e
surge em um momento cordial, no qual as duas nações comemoram 50 anos de
relações diplomáticas. AAtucha III, que será construída na cidade de Lima, na
província de Buenos Aires, será a quarta usina nuclear do país sul-americano.
“A cooperação em projetos nucleares é um componente-chave da cooperação
estratégica abrangente dos dois países”, declarou a CNNC em comunicado em sua
conta oficial do WeChat nesta terça-feira (8).
Um
reator de 1,2 GW pode atender às necessidades anuais de eletricidade de um
milhão de residências na China continental e pode evitar a emissão de cerca de
8 milhões de toneladas de dióxido de carbono anualmente, substituindo a mesma
capacidade de geração de energia a carvão.
Fonte: A Referência
Para ler mais acesse, www:
professortacianomedrado.com
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