O
governo da Coreia do
Norte proibiu os cidadãos do país que atualmente trabalham na China de acompanharem de perto
os Jogos Olímpicos de Inverno, que acontecem em Beijing desde o dia 4 de
fevereiro. As informações são da rede Radio Free Asia.
Pyongyang
justifica o veto com base no temor de que os norte-coreanos possam se deixar
levar pela febre olímpica e venham a “trair sua pátria”, eventualmente mantendo
contato com cidadãos da Coreia do Sul ou mesmo pedindo asilo
em nações estrangeiras.
Os
trabalhadores da Coreia do Norte se concentram sobretudo na cidade chinesa de
Dandong, cujo rio Yalu separa de Sinuiju, cidade norte-coreana mais próxima da
fronteira. Ali, um destacamento consular supervisiona os trabalhadores enviados
pelo governo
de Kim Jong-un, quase sempre encarregados de enviar moeda estrangeiro ao
país natal.
Porém,
a situação
é difícil atualmente, devido à queda
no comércio entre os dois países em meio à pandemia de Covid-19.
Assim, muitos desses trabalhadores sequer conseguem cobrir as próprias despesas
na China.
Foi
a dura rotina dos trabalhadores que levou Pyongyang a impor o veto, temendo que
um evento da magnitude dos Jogos de Inverno venha a seduzir
os norte-coreanos. Assim, desde que Beijing
2022 começou, a Coreia do Norte proibiu seus cidadãos em Dandong de
fazerem viagens longas.
“Se
eles tiverem que viajar para fora de Dandong, mesmo que precisem de suprimentos
de emergência para enviar de volta à terra natal, eles precisam relatar sua
intenção ao consulado com antecedência, mostrar a reserva de passagem de trem e
informar ao consulado quem vão encontrar, a hora e o local da reunião”, afirmou
uma fonte que pediu anonimato.
“Viajar
para Beijing e arredores, onde estão acontecendo os Jogos de Inverno, é
estritamente proibido. Se houver uma necessidade urgente de se encontrar com um
homólogo chinês em Beijing ou nos arredores, devem viajar sob a supervisão de
um acompanhante designado por um agente de segurança do Estado”, disse a fonte.
Os
trabalhadores têm sido obrigados a relatar suas atividades diariamente, disse
outro indivíduo que não quis se identificar. “Eles têm que relatar os detalhes
de quem conheceram e o que fizeram todos os dias até o final dos Jogos
Olímpicos de Inverno”, disse.
Mesmo
pessoas em cargos superiores, como autoridades comerciais destacadas por
Pyongyang, têm sido vigiadas de perto. “Eles temem que os oficiais do comércio
e suas famílias possam entrar em contato com forças hostis, incluindo pessoas
da Coreia do Sul, e isso pode levá-los a trair sua pátria durante os Jogos
Olímpicos de Inverno”, afirmou a segunda fonte, dizendo ainda que os infratores
e seus familiares serão punidos como “contrarrevolucionários antipartidários”
em caso de infração às normas.
Estima-se
que existam atualmente entre 20 mil e 80 mil norte-coreanos trabalhando na
China, segundo o Departamento de Estado dos EUA. As exportações de mão de obra
norte-coreana deveriam ter parado quando as sanções nucleares da ONU
(Organização das Nações Unidas) congelaram a emissão de vistos de trabalho. Mas
Pyongyang às vezes envia trabalhadores para China e Rússia com vistos de
estudante ou turismo e, assim, contorna as sanções.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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