EDITORIAL: Luthier – A nobre arte de fabricar e restaurar instrumentos musicais ameaçada de extinção.



 

 
ANTES 

 

 

DEPOIS

Fotos créditos: Kedímisson (Tito Nunes)
Por: Taciano Gustavo Medrado Sobrinho

Ola caríssimos(as) leitore(a)s

Recentemente precisei fazer uma manutenção e e restauração em, dois equipamentos musicais, ambos relíquias, pois não se fabricam mais, uma guitarra “Condor” e um violão da marca “Dell Vecchio” e procurei um Luthier para contratar os serviços, o que foi feito.

Conversando com esse Luthier, de nome Tito Nunes , mais conhecido na Lutheria de Kedímisson, ele desabafou comigo sobre a real situação por que passou nesses dois anos de pandemia. Seguindo ele a  crise econômica causada pelo novo Coronavírus  do afetou todos os setores da economia, não só o  Brasil mas no mundo, mas atingiu em cheio o setor cultural.

A pandemia gerou efeito cascata para a música. A luthieria, profissão que atua na fabricação e manutenção de instrumentos musicais, também foi afetada. Segundo Kedímisson,  logo no início do surto pandêmico, muitas pessoas retomaram ou ampliaram seus projetos musicais (em casa) e ele foi  muito  solicitado, talvez provocado pelo isolamento, mas isso durou poucos meses. Depois, a realidade mudou um pouco, pois a grande parte das pessoas que solicitam os meus serviços são profissionais da música e esses foram fortemente afetados, mas logo, os feitos contrários começaram a surgir o afetando, pois os músicos e professores de música da região também se viram impedidos de trabalharem, sendo obrigados a recolherem seus instrumentos sem previsão de retorno e por efeito “cascata” todos os profissionais ligados a música, a cultura também sofreram.

Agora, nos últimos meses, após o Plano Nacional de Vacinação (PNV)  e com a liberação dos shows e eventos a demanda começou a voltar, tanto que hoje eu estou com um número de pedidos enormes e trabalhando as vezes 18 horas por dia pra poder dar conta das encomendas. Como eu prezo muito pela qualidade no meu trabalho que na maioria é artesanal, muitas vezes tendo que recuperar peças que não existem mais, principalmente, se o instrumento é uma relíquia como no caso do professor Taciano Medrado, cuja série de  violões  da marca Del Vecchio não se fabricam mais e eu tenho que deixar o mais original possível”. Afirmou o Luthier.

Um pouco sobre a história da luthieria 

De acordo com Crespe, a palavra luthier tem origem na fabricação dos alaúdes, instrumento que tem origem no Oriente Médio e foi predominante no período renascentista europeu. “O fabricante de alaúde (‘the lute maker’), ganhou esse nome luthier. O nome se estendeu para todos fabricantes de instrumentos musicais”, explica o músico. Historicamente, o luthier tem papel fundamental na concepção do som usado nas composições musicais. 

“Muitos luthiers tiveram parceria com músicos para encaminhar suas construções em função da estética musical do momento. Uma dessas parcerias foi entre o luthier Antônio Torres e violonista Francisco Tárrega. Esses deram origem ao instrumento que hoje chamamos de violão no Brasil”, disse. A palavra brasileira é usada para o instrumento que teve origem e é conhecido em outros países como ‘guitar’. Sobre os serviços realizados, o luthier explica que “existem muitos tipos de atendimento na luthieria, desde a manutenção de instrumentos musicais – o que geralmente contempla uma gama específica de instrumentos – até a fabricação de instrumentos musicais com características que atendem a um determinado público”.

Luthieria  x Sustentabilidade

Gustavo Crespe,  é músico. Nascido em Marília (SP), se mudou com a família para Dourados nos anos de 1980, seguindo a onda migratória. A luthieria o acompanha desde as primeiras experiências musicais, como consertar violões velhos para poder tocar, modificar instrumentos ou fazer berimbau

Sobre a relação da lutheria  com a sustentabilidade – com a escassez de madeiras, crescente desmatamento e necessidade de preservação ambiental -, Gustavo Crespe afirma que “alguns construtores são ativistas na questão ambiental. Os fornecedores desse material têm de seguir uma série de normas que regulam o mercado. No caso do violão, em que usamos madeiras de cinco continentes diferentes, estamos sujeitos às políticas de preservação e importação de cada país”.

Ela cita como exemplo a Índia, que “importa seu jacarandá [madeira utilizada na fabricação de instrumentos] quase que exclusivamente para luthieria. Isso garante um bom preço pela madeira e garante ao estado suas taxas que são revertidas para preservação ambiental. No Brasil, ele conta que “no Espírito Santo ainda é extraído o pau-brasil para fabricação de arcos de violinos. Lá existe uma associação onde integram fabricantes de arco do mundo afora e visa a manutenção desse material. Existem muitas ações nesse sentido, da manutenção. A luthieria tem condições de realizar esse trabalho pois não é algo impessoal e ganancioso”.

 Fonte:   O Progresso- Dourados

Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com

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