O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, afirmou em entrevista
exibida neste domingo (6) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e
o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) estarão no segundo turno das eleições e
que a disputa representará um duelo pela menor rejeição. As informações são de Fábio Pupo do FolhaPress.
"Acho
impossível Lula e Bolsonaro não estarem no segundo turno", afirmou em
entrevista exibida pela BandNews TV e pela Band, descartando a chance de
sucesso de uma terceira via na corrida presidencial.
"Vai
ser uma disputa de rejeição", disse. "Acho que quem tiver maior
capacidade de trazer esperança para as pessoas e de mostrar o que aconteceu, o
que foi feito e o que pode ser feito é quem vai ganhar essa eleição. E por isso
acredito na reeleição do presidente", complementou.
A
rejeição a Bolsonaro é um dos maiores entraves para sua campanha. Segundo a
última pesquisa Datafolha, feita em dezembro, 60% dos eleitores afirmara não
votar nele de jeito nenhum. No caso de Lula, o percentual é de 34%.
O
ministro afirma que o repúdio a Bolsonaro hoje é fruto de uma "polarização
jamais vista na história". Para ele, o presidente tem se dedicado ao que
importa em vez de alimentar um clima de instabilidade por questões que não
melhoram a vida da população.
"O
país não vai voltar a ter instabilidade como tínhamos naquela época que você
citou [em setembro, cinco meses atrás, quando o presidente ameaçou o Supremo
Tribunal Federal]. Não temos condição, nós não temos o direito", afirmou.
Perguntado
sobre por que mudou de opinião sobre Bolsonaro, já que antes do governo chegou
a chamá-lo de fascista, o ministro respondeu que não concordava muito com o
deputado Bolsonaro. "Agora, o presidente Bolsonaro que eu conheci não dá
para comparar", disse.
"Não
tenho dúvida que ali foi um erro, e hoje eu tenho uma avaliação completamente
diferente e uma admiração e um orgulho de estar ao lado do presidente nesse
momento", afirmou.
Questionado
sobre o discurso antivacina de Bolsonaro, o ministro respondeu que o importante
são "as ações" e que não há imunizante aplicado no Brasil que não
tenha sido comprado pelo governo federal.
O
ministro, também presidente do PP --uma das principais siglas do centrão--,
disse que o partido não vai autorizar seus candidatos a apoiarem Lula, mas que
estará liberada a parceria com aliados do petista.
Ele
criticou a era petista em diferentes trechos da entrevista e chegou a atacar
indicações políticas em estatais, apesar de seu partido ter sido aliado na
época e de ter apadrinhado dirigentes na própria Petrobras que viraram alvo da
Operação Lava Jato -como Paulo Roberto Costa.
Ciro
disse que na época das eleições a rejeição ao PT vai ser maior. "Deixa o
Lula aparecer com quem vai governar", disse.
A
inflação é vista por ele como um desafio para o governo. Sua pasta concluiu nos
últimos dias uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que libera corte de
tributos sobre combustíveis sem necessidade de compensação, algo temido pela
equipe econômica.
Para
ele, os governadores também precisarão reduzir impostos. "O governo
federal vai fazer a sua parte. Eu espero que os estados façam também",
disse.
Ciro
diz que é impossível interferir na política de preços da Petrobras e aproveitou
para atacar novamente o presidente Lula, que afirmou que não manterá o preço
dos combustíveis vinculado ao dólar como ocorre atualmente.
"Eu
vi outro dia o [ex] presidente Lula dizer que vai interferir na política de
preço da Petrobras. Meu Deus, isso é uma mentira, gente. É impossível. A
Petrobras não é do governo federal, não. Não tem como", afirmou.
O
ministro disse que seu relacionamento com o ministro Paulo Guedes (Economia) é
perfeito. "O problema é que qualquer ministro da Economia diz 'não' o
tempo inteiro", afirmou. Por isso, disse, Casa Civil e Economia dividirão
as decisões sobre a execução orçamentária em comum acordo.
Ele
aproveitou para elogiar o colega de Esplanada. "Graças a Deus nós tivemos
um ministro como o Paulo Guedes. Seria muito pior se nós não tivéssemos a
responsabilidade econômica [dele] e eu tenho muita confiança no ministro",
afirmou.
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professortacianomedrado.com
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