O
presidenciável Sergio Moro (Podemos) rebateu nesta quarta-feira (16) as
críticas feitas pela PF (Polícia Federal), que na segunda (15) acusou o ex-juiz
de mentir em seus "ataques descabidos" à entidade. Como
resposta, Moro disse que a corporação não prende "grandes
tubarões" por crimes de corrupção. As informações são
da FolhaPress.
"Não
é só uma questão de quantidade, mas de quem está sendo preso. Prendeu o
bagrinho da corrupção? Isso sempre teve. Prendeu lá um funcionário público que
cobrou propina para conceder uma licença, um guarda que deixa de aplicar uma
multa. Isso tem. Agora grande corrupção, os grandes tubarões... Não está tendo
prisão nenhuma. A gente não ouve falar nada sobre isso", declarou Moro, em
entrevista à Rádio Rio FM, de Aracaju.
Em
comunicado divulgado na segunda, a PF disse que foram efetuadas "mais de
mil prisões, apenas por crimes de corrupção, nos últimos três anos",
durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), adversário de Moro.
O
pré-candidato à Presidência, no entanto, voltou a fazer críticas, mas dessa vez
focando na direção da PF, que atualmente é comandada pelo delegado Paulo
Maiurino. Segundo Moro, a nota divulgada não é da Polícia Federal, mas "da
atual direção da Polícia Federal".
"Eu
tenho grande respeito pelos delegados, pelos agentes, pelos escrivãos (sic),
pelos partidos, pelos papiloscopistas e todos os servidores da Polícia Federal.
Eu tenho grande respeito pela instituição. A direção atual não representa o que
pensam essas pessoas", disse o ex-juiz.
CRÍTICAS
A BOLSONARO
Na
segunda-feira (14), em entrevista à Jovem Pan, Moro criticou aquilo que
classifica como "interferências" de Bolsonaro na PF, às quais ele diz
ter sido contra, e ressaltou que o próprio presidente "já falou
publicamente que eu saí do governo porque não aceitava proteger a família dele".
Hoje,
ele voltou a falar sobre o assunto. "Os delegados e os agentes não estão
tendo a possibilidade de trabalhar. A gente tem ouvido de vários
superintendentes sendo afastados. Teve aquele caso do Amazonas do Alexandre
Saraiva, que foi afastado porque teve um processo que acabou batendo de frente
com o ministro anterior do Meio Ambiente. Não lembro o nome dele", afirmou
Moro.
O
caso citado pelo ex-juiz é o do delegado Alexandre Saraiva, ex-superintendente
da PF no Amazonas. Ele foi exonerado após enviar, em meados de abril do ano
passado, uma notícia-crime ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o
ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o senador Telmário Mota
(Pros-RR).
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