O
governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e a cúpula do Congresso vão
apresentar uma consulta formal ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para
esclarecer se é possível reduzir o preço do combustível sem ferir a lei
eleitoral. As informações são do folhaPress.
Os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil) e Bruno Bianco (AGU), acompanhados dos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), têm audiência virtual nesta segunda-feira (14), às 19h, com ministros do TSE Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.
A
dúvida foi levantada pela equipe jurídica do Planalto, que teme que este tipo
de benefício possa ferir a legislação eleitoral no ano em que o presidente
busca sua reeleição.
Nas
duas Casas no Congresso, a redução no preço dos combustíveis é a principal
pauta do momento. No governo Bolsonaro, também é tratada como prioridade.
Na
Câmara, foi protocolada pelo deputado governista Christino Áureo (PP-RJ) uma
PEC (Proposta de Emenda à Constituição) com aval do Planalto.
Já
no Senado, surgiu uma outra, apelidada de "PEC Kamikaze" pela equipe
econômica. Ela contou com o apoio de ministros do governo e do senador e filho
do presidente, Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Recentemente,
Lira passou a defender a aprovação do projeto que congela a cobrança de ICMS
(Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis antes de
o Congresso avançar na discussão da PEC que mexe nos tributos federais.
"A
gente deveria focar no texto do PLP 11, que a Câmara votou e está no Senado,
para que a gente module o congelamento dos preços do ICMS em um valor que seja
justo para a população", disse Lira à Folha, no último dia 8. "Depois
a gente segue numa discussão mais racional das PECs."
Na
mesma linha, o presidente do Senado defendeu que a análise da PEC Kamikaze pode
não ser necessária, priorizando os projetos que já estão em tramitação.
"No
Senado, o que temos que avaliar é a necessidade de apreciar mais algum ponto
que seja de índole constitucional. Se eventualmente nós conseguirmos
materializar todas essas iniciativas em proposições infraconstitucionais, não
haveria em tese a necessidade da PEC", afirmou.
Auxiliares
do presidente defendem que, com o aval do TSE, o ideal é que se vote junto o
projeto de lei do ICMS e a PEC dos Combustíveis.
A
possibilidade de infringir a lei eleitoral ao conceder benefícios já havia sido
levantada por técnicos da área jurídica do Planalto na ocasião do veto ao
projeto de lei que pretendia abrir um programa de renegociação de débitos
tributários para MEIs (microempreendedores individuais) e empresas do Simples
Nacional.
O
presidente estava decidido a contrariar a equipe econômica, que apontava risco
de violação da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) e de dispositivos da LDO
(Lei de Diretrizes Orçamentárias) e da Constituição.
Quando
técnicos da equipe de Paulo Guedes surgiram com a possibilidade de veto parcial,
a área jurídica do Planalto identificou, a horas do prazo final do veto,
possível incompatibilidade com a lei eleitoral.
A
contragosto, Bolsonaro vetou o dispositivo. Depois, admitiu que não poderia
correr o risco de ficar inelegível e defendeu que o Congresso derrubasse o seu
próprio veto.
Procurado pela reportagem na época, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) disse que "pode se configurar como vedada a gratuidade do benefício --com ausência de contrapartida pelo beneficiário-- e se for descartada a execução prévia em exercício anterior, conforme previsto no artigo 73, parágrafo 10, da Lei das Eleições".
"Porém, cabe ressaltar que essas questões são analisadas individualmente pela Justiça Eleitoral", disse o tribunal.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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