TRIPLA CRISE PLANETÁRIA: Incêndios, poluição sonora e desordens no ciclo da vida ameaçam o planeta, diz relatório

Incêndio no vale de Orroral, na Austrália, em janeiro deste ano (Foto: Wikimedia Common

O Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) publicou nesta quinta-feira (17) a nova edição do “Relatório Fronteiras”. O documento revela que “os incêndios estão acontecendo de forma mais severa e com mais frequência, a poluição sonora urbana está se tornando um problema global de saúde e as desordens nos ciclos de vida na natureza estão causando consequências ecológicas”.  

A diretora-executiva do Pnuma, Inger Andersen, declarou que o Relatório Fronteiras “identifica e oferece soluções para três questões ambientais que merecem a atenção e ação de governos e do público em geral”. 

Segundo Andersen, “poluição sonora urbana, incêndios e mudanças nos processos biológicos são problemas que destacam a urgência de se tratar da tripla crise planetária: mudança climática, poluição e perdas da biodiversidade”.

Esta é a quarta edição do relatório, sendo que a primeira, publicada quatro anos antes da pandemia de Covid-19, em 2016, alertava para o risco crescente das zoonoses.  

Poluição sonora

Sobre a poluição sonora urbana, o documento destaca que barulhos causados pelo tráfego, por ferrovias ou por atividades de lazer impactam de forma negativa a saúde e o bem-estar. Muitas pessoas acabam tendo problemas no sono, o que pode resultar em desordens metabólicas, incluindo diabetes, falhas na audição e baixa saúde mental.  

A poluição sonora já é responsável por 12 mil mortes prematuras por ano na União Europeia (UE), afetando um entre cinco cidadãos do bloco. O barulho em excesso também ameaça os animais, alterando a comunicação entre espécies e os comportamentos de pássaros, insetos e anfíbios.  

Uma das soluções propostas pelo Pnuma é para que projetos de planejamento urbano levem em conta a redução do barulho na fonte e que as infraestruturas urbanas criem “paisagens sonoras”, como cinturões de árvores, paredões verdes, jardins nos topos de edifícios e mais espaços verdes nas cidades.   

Incêndios

Em relação aos incêndios, o Pnuma revela que a situação irá piorar: projeções mostram que as queimadas serão mais intensas e frequentes, graças à mudança climática, com temperaturas mais quentes e clima mais seco. Além dos perigos para a saúde humana, haverá grandes perdas de biodiversidade, ameaçando mais de 4,4 mil espécies terrestres e aquáticas  

Entre 2002 e 2016, por exemplo, cerca de 423 milhões de hectares de terra, uma área equivalente ao tamanho da UE, foi queimada, sendo mais comum em florestas mistas ou savanas. O Pnuma calcula que 67% de todos os tipos de queimadas aconteceram no continente africano.  

O relatório pede mais investimentos para reduzir riscos de incêndios; desenvolvimento de programas de prevenção e resposta que incluam comunidades rurais e indígenas e utilização de satélites e radares. 

Ciclo da vida 

O terceiro alerta feito pela agência da ONU está relacionado com a fenologia, termo utilizado para os estágios dos ciclos de vida que ocorrem graças às forças ambientais.  

O Pnuma explica que plantas e animais de todos os tipos utilizam temperaturas, duração dos dias ou chuvas para saber quando desabrochar folhas e flores, dar frutos, fazer os ninhos, produzir pólen ou migrar.  

As alterações climáticas estão afetando esses ciclos, fazendo com que plantas ou animais fiquem fora de sincronia com seus ritmos naturais. O problema atinge principalmente espécies migratórias de longa distância, que podem deixar de prever com precisão quais serão as condições do clima no local de destino.  

O Pnuma revela que mais pesquisas são necessárias sobre o fenômeno, mas destaca ser essencial limitar as taxas de aquecimento global por meio da redução das emissões de CO2. 

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com

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