Depois de quase duas horas de reunião privada com o presidente da Rússia,
Vladimir Putin, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, em sua declaração conjunta
à imprensa ao lado do líder russo, que o Brasil é solidário a todos que se
empenham pela paz. As informações são de
"Somos
solidários a todos aqueles países que querem e se empenham pela paz. Temos uma
colaboração intensa nos principais foros internacionais como o Brics, o G20 e
as Nações Unidas, onde defendemos a soberania dos Estados, o respeito ao
direito internacional e a Carta das Nações Unidas", disse Bolsonaro.
O
presidente foi aconselhado por assessores a não levantar o assunto da
possibilidade de guerra com a Ucrânia e ele mesmo já havia dito que isso só
seria tratado se Putin levantasse o assunto. Em meio a um momento crítico da
crise, no entanto, o assunto entrou na pauta, pelo lado russo, tanto na reunião
entre os dois presidentes quanto no encontro entre os chanceleres Carlos França
e Sergei Lavrov.
Em
sua fala, Putin ressaltou que ambos os países buscam "uma ordem multipolar
com base no direito internacional com papel central de coordenação pelas Nações
Unidas", mas não citou diretamente a crise com a Ucrânia.
Pelas
regras do Kremlin, o presidente só pode entrar na reunião com Putin acompanhado
de seu tradutor oficial. O encontro, a portas fechadas, reuniu apenas os dois
presidentes e seus tradutores, sem nem ao menos a presença dos chanceleres.
Ao
contrário de outros presidentes, como o francês Emanuel Macron, Bolsonaro
sentou ao lado de Putin durante o encontro, já que concordou em ser testado
para Covid-19, como exige o Kremlin de todos que se aproximam de Putin.
No
término do encontro, Bolsonaro não citou diretamente as tensões da Rússia com o
Ocidente por causa do acúmulo de tropas russas na fronteira com a Ucrânia e da
discordância de Moscou com uma possível adesão de Kiev à aliança militar
ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas disse que a paz
no mundo é de interesse de todos.
"Pregamos
a paz e respeitamos quem age dessa maneira", disse Bolsonaro.
O
presidente brasileiro preferiu ressaltar as relações comerciais entre os dois
países o interesse brasileiro em áreas como a importação de fertilizantes --a
Rússia tem papel importante nas importações brasileiras nesta área--, cooperação
para exploração de petróleo e gás e uma possível aquisição de reatores
nucleares modulares, que estão sendo negociados com a estatal russa Rosatom.
"Nossa
empresa (Rosatom) está pronta para participar na construção de novas usinas de
energia, incluindo plantas de energia nuclear de baixa capacidade, tanto em
terra como marítimas", disse Putin.
Bolsonaro
destacou ainda uma possível cooperação com a Rússia na área de proteção ao meio
ambiente e fez questão de ressaltar o apoio russo à soberania brasileira na
Amazônia.
"De
forma muito especial, quando alguns países questionaram a Amazônia como
patrimônio da humanidade, eu quero agradecer a sua intervenção que sempre
esteve ao nosso lado em defesa de nossa soberania. Muito obrigado", disse
Bolsonaro.
Depois
da Rússia, o presidente visita ainda a Hungria, antes de retornar ao Brasil.
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