O
presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou no sábado (12) que a Petrobras
demonstrou insensibilidade com a população ao anunciar durante a semana um
mega-aumento nos preços de combustíveis. As informaçõsws são de Fábio Pupo/folhaPress.
"A
Petrobras demonstra que não tem qualquer sensibilidade com a população. É
Petrobras Futebol Clube e o resto que se exploda", afirmou.
Ele
criticou especificamente o fato de a empresa ter anunciado o reajuste antes de
o Congresso aprovar um projeto de lei que cortou tributos sobre o diesel. O
texto zerou os impostos federais PIS e Cofins sobre o combustível e ainda
limitou a cobrança do estadual ICMS.
A
expectativa do governo é que as mudanças tributárias permitidas pelo Congresso
e já sancionadas pelo presidente possam reduzir em R$ 0,60 o custo do diesel.
"Em vez de ter anunciado R$ 0,90 de reajuste no diesel, [a Petrobras]
podia ter anunciado R$ 0,30", afirmou Bolsonaro.
O
presidente afirmou que chegou a ser feito durante a semana um pedido por parte
do Parlamento para que a Petrobras postergasse o reajuste para depois da
votação. Perguntado sobre quem fez a requisição à empresa, Bolsonaro respondeu
que não sabia e disse que ele mesmo não poderia ter feito porque o ato poderia
ser enquadrado como tráfico de influência.
"Leis,
projetos, contratos feitos no passado que transformou [sic] a Petrobras em
algo, simplesmente, em Petrobras Futebol Clube, um Campeonato Brasileiro. Eles
cuidam da vida deles e o resto do Brasil, mesmo na crise e com a guerra lá
fora, que se vire. Lamento a atuação da Petrobras nesse episódio", disse.
Agora,
com o corte tributário, ele diz esperar que os postos reduzam parcialmente os
preços. "Espero que os postos que aumentaram em R$ 0,90 a partir de amanhã
reduzam em R$ 0,60 o litro do diesel, o que é muito pesado mesmo assim para os
caminhoneiros", disse.
Bolsonaro
lembrou que o Brasil não tem como refinar petróleo para atender sua demanda e
disse que, por isso, o país é escravo dos preços praticados no exterior.
Segundo ele, qualquer nova refinaria é bem-vinda, mas elas ainda demorariam de
três a cinco anos para sair do papel.
Ele
aproveitou para voltar a criticar as medidas para a contenção da pandemia de
Covid-19, dizendo que elas impulsionaram a inflação. Em seguida, no entanto,
mencionou os impactos da guerra na Europa como causa para a atual escalada nos
preços e defendeu o fim do conflito.
"A
gente pede a Deus que esse problema [entre] Rússia e Ucrânia se resolva
rapidamente, porque estamos sofrendo as consequências a 10 mil quilômetros de
distância", disse.
Mais
cedo, o presidente disse também que estuda mandar um projeto de lei para o
Congresso na próxima semana zerando o PIS/Cofins para a gasolina.
O
movimento segue a mais recente medida, tomada na noite de sexta-feira (11) após
aval do Congresso, quando ele sancionou lei que zera o PIS/Cofins e o ICMS para
gás de cozinha e diesel até o final de 2022, ano eleitoral. Questionado se a
medida seria suficiente para a alta dos combustíveis, ocasionada pela guerra na
Ucrânia, Bolsonaro disse que não.
Ele
contou que conversou com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto,
para saber o quanto a alta na gasolina influencia na inflação, disse ter ficado
insatisfeito com o mega-aumento e afirmou que não vai "interferir no
mercado".
Bolsonaro
disse ainda que dá palpites e faz sugestões diretamente a Silva e Luna, mas
negou que seja interferência. "São sugestões apenas".
Para
ele, a Petrobras tem "lucro absurdo", num momento "atípico"
no mundo. O presidente voltou a se queixar da política de preços da companhia,
que disse não entender.
Como
a Folha mostrou, uma ala do governo defende a adoção de uma solução rápida para
evitar que os aumentos sigam sendo repassados para o consumidor.
A
principal tese é a adoção de subsídio para o diesel, com efeito imediato, para
permitir ao governo bancar uma parte dos valores cobrados nas bombas. Com isso,
recursos do Tesouro Nacional seriam usados diretamente para bancar parte dos
preços.
A
hipótese é rechaçada pelo ministro Paulo Guedes (Economia) neste momento. Ele,
no entanto, admite a possibilidade restrita ao diesel caso a guerra se
prolongue ou os preços continuem escalando.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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