Por: Thaís Oyama - Colunista do Uol
Mais do que uma nova diminuição da sua taxa de rejeição, o que mais
animou o presidente Jair Bolsonaro e seu entorno na pesquisa PoderData
divulgada ontem foi o aumento da rejeição a Lula. A porcentagem de
entrevistados que declarou não votar no ex-presidente "de jeito
nenhum" subiu cinco pontos percentuais em um mês (de 38% para 43)
Já
a taxa de rejeição de Bolsonaro, embora tenha diminuído dentro da margem de
erro (caiu de 56% para 54%), mostrou a continuidade da melhora de imagem do
presidente iniciada a partir de dezembro, quando 60% dos eleitores o
rejeitavam, segundo o PoderData. A melhora de Bolsonaro nas pesquisas reforçou
as chances de o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, assumir a vaga de vice
na chapa presidencial.
Isso porque, na avaliação de assessores, o presidente ganhou mais "lastro" para insistir no seu nome preferido. Aliados do centrão, incluindo o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, consideram que Braga Netto não tem ativos eleitorais para oferecer ao chefe e defendiam para o posto de vice a ministra da Agricultura, Teresa Cristina (pela manhã, a ministra disse ao blog da jornalista Andrea Sadi que irá concorrer ao Senado, descartando, portanto, a possibilidade de assumir a vice).
Ao contrário de Bolsonaro — que sempre repete no seu círculo mais próximo ter certeza da vitória nas urnas, "se não for roubado"— aliados do centrão encaram a ligeira subida do presidente nas pesquisas com cautela. Lembram que o cálculo da reeleição envolvia a retomada da economia e a colheita dos dividendos políticos do Auxílio Brasil. Com a guerra na Ucrânia e a esperada subida da inflação, as coisas podem não sair conforme o planejado. "Faltou combinar com os russos", graceja um colaborador, atualizando a frase de Mané Garrincha.
Mas a maior preocupação de auxiliares próximos do presidente, neste momento, é outra. Na visão deles, Bolsonaro, como pré-candidato à reeleição, vinha se comportando muito bem. Sobretudo depois que uma pesquisa encomendada por Valdemar Costa Neto, do PL, mostrou o efeito catastrófico das últimas falas "espontâneas" do presidente, o ex-capitão passou a seguir conselhos de assessores de falar menos, evitar críticas às vacinas e ouvir técnicos do governo. O exemplo mais recente daquilo que um ministro comemorou como sendo uma "correção de rota" foi o fato de o presidente — que na eclosão da crise entre a Rússia e a Ucrânia chegou a declarar a "solidariedade" do Brasil a Vladimir Putin ter se dobrado ao pragmatismo do Itamaraty. Ontem, o Brasil votou a favor da resolução da ONU contra a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Agora,
com a melhora nas pesquisas, o receio de assessores é de que Bolsonaro, ainda
mais otimista e mais autoconfiante, volte a ser ele mesmo.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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