Desde o início do conflito, mais de 15 mil manifestantes foram detidos por contestarem a invasão da Ucrânia e pedirem paz
O domingo (13) foi marcado novamente por manifestações pacíficas na Rússia em repúdio à guerra na Ucrânia. E novamente a polícia fez prisões. Mais de 850 pessoas foram levadas sob custódia em 37 cidades que organizaram atos, elevando para 15 mil o número de detidos desde o início do conflito, segundo levantamento da OVD-Info, organização de direitos humanos que monitora as detenções. As informações são do site de notícias internacional A Referência.
A
Rússia tem uma legislação severa para o controle das manifestações, que
costumam culminar em intensa ação policial. Os detidos têm que pagar multas que
vão de dois mil (cerca de R$ 88) a 300 mil rublos (R$ 13,3 mil) e prisão por
até 30 dias.
Após
a entrada em vigor de uma decisão judicial sobre infrações ao Código de
Contra-ordenações, que regulamenta as ações públicas destinadas a quem
“desacredita o uso das Forças Armadas”, se uma pessoa violar novamente o artigo
do Código de Ofensas Administrativas no período de um ano, um processo criminal
pode ser iniciado.
Os
principais protestos ocorreram novamente em Moscou e em São Petersburgo. Na
capital, o canal no Telegram Avtozak LIVE registrou a ação de um
policial durante a detenção de uma mulher na Praça Manezhnaya. As imagens
mostram o oficial empurrando a manifestante de forma grosseira para trás.
Em
São Petersburgo, o canal relatou que um grupo de pessoas foi detido na ponte
Kazansky, duas delas usando chapéus amarelos e azuis em suas cabeças – as cores
da bandeira da Ucrânia. Todos os detentos foram colocados em um ônibus perto da
Catedral de Kazan.
Mais
uma vez os atos foram influenciados pelo opositor número 1 do Kremlin, Alexei
Navalny. Da prisão, por meio de suas redes sociais, ele instou seus seguidores
a irem às ruas, mostrou reportagem da rede Radio
Free Europe.
“Vá
às ruas: devemos parar a guerra”, tuitou Navalny no domingo, dois dias após a
publicação de um longo texto no Instagram, onde mandou um recado aos russos: “O
louco maníaco Putin será mais rapidamente parado pelo povo da Rússia agora se
todos se oporem à guerra”.
A
Alemanha também tem sido um importante centro de manifestações anti-guerra. Na
capital Berlim, milhares se reuniram na Alexanderplatz e marcharam
até o Portão de Brandemburgo entoando frases de paz e segurando balões amarelos
e azuis. Também foram registrados atos outras cidades alemãs, incluindo
Hamburgo, Frankfurt e Leipzig.
Por
que isso importa?
A
escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia, que culminou com a efetiva invasão
russa ao país vizinho no dia 24 de fevereiro, remete à anexação da Crimeia pelos russos, em
2014, e à guerra em Donbass, que começou naquele mesmo ano e se estende até
hoje.
O
conflito armado no leste da Ucrânia opõe o governo central às forças
separatistas das autodeclaradas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, que
formam a região de Donbass e foram oficialmente reconhecidas como territórios
independentes por Moscou. Foi o suporte aos separatistas que Putin usou como
argumento para justificar a invasão, classificada por ele como uma “operação
militar especial”.
“Tomei
a decisão de uma operação militar especial”, disse Putin pouco depois das 6h de
Moscou (0h de Brasília) de 24 de fevereiro, de acordo com o site
independente The Moscow Times. Cerca de 30 minutos depois, as primeira
explosões foram ouvidas em Kiev, capital ucraniana, e logo em seguida em
Mariupol, no leste do país, segundo a agência AFP.
Desde
o início da ofensiva, as forças da Rússia caminham para tentar dominar Kiev,
que tem sido alvo de constantes bombardeios. O governo da Ucrânia e as nações
ocidentais acusam Moscou de atacar inclusive alvos
civis, como hospitais e escolas, o que pode ser caracterizado como crime de
guerra ou contra a humanidade.
Fora
do campo de batalha, o cenário é desfavorável à Rússia, que tem sido alvo de
todo tipo de sanções. Além das esperadas punições financeiras impostas pelas
principais potencias globais, que já começaram a sufocar a economia russa, o
país tem se tornado um pária global. Representantes russos têm sido proibidos
de participar de grandes eventos em setores como esporte,
cinema e música.
De
acordo com o presidente dos EUA, Joe Biden, as punições tendem a aumentar o
isolamento da Rússia no mundo. “Ele não tem ideia do que está por vir”, disse o
líder norte-americano, referindo-se ao presidente russo Vladimir Putin. “Putin
está agora mais isolado do mundo do que jamais esteve”.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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