Enquanto tentava sair da cidade ucraniana de Irpin, nos arredores
de Kiev, uma família foi morta neste domingo (6) em meio a um ataque de morteiros
organizado por tropas russas, que tentam assumir o controle do local,
importante artéria para chegar à capital. As informações são da FolhaPress.
A
fotógrafa Lynsey Addario registrou o exato momento em que soldados ucranianos
tentavam socorrer o pai, o único que ainda estava vivo quando o registro foi
feito. A mãe, o filho adolescente e a filha, que aparentava ter em torno de 8
anos, já estavam mortos. A fotografia foi publicada no jornal americano The New
York Times.
A
bagagem deles, que incluía uma mala de rodinhas azul e algumas mochilas, estava
espelhada pelo chão, perto da calçada, junto com uma caixa verde, dentro da
qual estava um cachorro latindo.
Irpin,
cidade de pouco mais de 60 mil habitantes, está sob bombardeio constante. A
região fica a apenas 25 km de Kiev. Os soldados ucranianos no local, com
auxílio da população, chegaram a explodir parte de uma ponte que permite acesso
ao município, na tentativa de impedir que as tropas russas assumissem o
controle, relatou à Folha o jornalista israelense Itai Anghel, que acompanha a
situação in loco.
O
ataque com morteiros ocorreu exatamente quando civis tentavam cruzar os
destroços da ponte para deixar a cidade com a ajuda de militares ucranianos. Os
morteiros caíram primeiro a cerca de 100 metros da ponte, de acordo com as
informações da fotógrafa, e depois também em ruas próximas dali. Em uma delas,
estava a família morta.
Um
vídeo divulgado nas redes sociais e checado pelo The New York Times mostra o
momento em que, com civis caminhando nas ruas com suas bagagens, os morteiros
atingem o local, levando a explosões e deixando muita fumaça. Soldados, então,
correm para socorrer a família, que estava perto de uma esquina.
O
Ministério do Interior da Ucrânia disse que continuará a tentativa de retirada
de civis de Irpin após o recente bombardeio da cidade e de seus arredores,
ainda que não haja rota de saída segura. Já o Serviço de Emergência do Estado
informou que está montando barracas para prestar atendimento médico a todos que
precisarem.
No
Twitter, Lynsey Addario, especializada na cobertura de guerras, também
descreveu as cenas às quais assistiu e documentou: "Hoje, testemunhei
tropas russas alvejando deliberadamente civis que fogem da cidade de Irpin para
salvar suas vidas. Pelo menos três membros de uma família de quatro pessoas
foram mortos na minha frente."
Desde
o registro da fotógrafa, quando o pai da família ainda estava vivo, ainda que
com graves ferimentos, não foram divulgadas novas informações sobre seu estado
de saúde.
Pelo
menos 364 civis foram mortos e 759 feridos durante bombardeios desde que a
Rússia invadiu a Ucrânia, há 11 dias, de acordo com a missão de monitoramento
das Nações Unidas. As cifras, no entanto, tendem a ser maiores, como reconhece
a própria ONU.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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