A ministra da Agricultura do Brasil, Tereza Cristina, conseguiu
ontem apoio de seus colegas ministros de países da América do Sul para levar à
FAO, das Nações Unidas, proposta de que fertilizantes fiquem fora das sanções
econômicas por guerra e questões geopolíticas. As informações são
do Reuters/Forbes.
O
principal argumento da ministra, de que fertilizantes, assim como alimentos,
não podem ser sofrer sanções, teve respaldo nesta quinta-feira dos ministros do
Conselho Agropecuário do Sul (CAS), que reúne Argentina, Bolívia, Brasil,
Chile, Paraguai e Uruguai, disseram assessores de Tereza Cristina à Reuters.
Cristina
levará a proposta sul-americana para o diretor-geral do órgão das Nações Unidas
para agricultura e alimentação (FAO), o chinês Qu Dongyu, em audiência virtual
marcada para a próxima quarta-feira.
A
ministra havia manifestado sua intenção em entrevista recente, mas a audiência
ainda não havia sido marcada, nem mesmo havia o apoio unânime dos países da CAS
para a proposta.
A
ministra entende que a questão deveria ter uma solução global, considerando que
a escassez de fertilizantes pode gerar problemas para a oferta de alimentos e
alta de preços, e espera encontrar apoio da FAO para o assunto repercutir junto
aos integrantes da ONU.
“A
inflação mundial sobre os alimentos é uma coisa que deve preocupar a todos os
países no mundo com a economia globalizada…”, afirmou Cristina, em entrevista
recente.
Antes
mesmo da guerra na Ucrânia, a oferta global de fertilizantes, especialmente
potássio, já estava ameaçada, uma vez que os Estados Unidos tinham sancionado
Belarus, grande produtor dessa matéria-prima.
Agora,
a situação se agravou, visto que a Rússia é grande produtora. O Brasil importa
cerca de 85% do fertilizante que consome e tem nos russos os principais
fornecedores, com mais de 9 milhões de toneladas em 2021, ou 22% do total
comprado no exterior pelo país.
Nesta
quinta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que, se o Ocidente
criar problemas para a Rússia, haverá inevitáveis consequências negativas para
os mercados globais de alimentos.
Putin
disse ainda que a Rússia tem acordos sobre fertilizantes com países amigos, mas
não detalhou.
O
presidente Jair Bolsonaro esteve na Rússia antes da guerra, em reunião com
Putin, para tratar de fertilizantes, entre outros temas.
O
brasileiro depois defendeu uma posição de neutralidade em relação ao conflito,
embora o Brasil tenha votado pela condenação da invasão da Ucrânia em
assembleia da ONU.
VIAGEM
AO CANADÁ
A
conversa na FAO é mais uma iniciativa internacional da ministra brasileira para
tentar garantir a oferta de fertilizantes.
No início da próxima semana ela estará no Canadá, lar da maior produtora global de potássio, a Nutrien, juntamente com o setor privado visando facilitar negócios do produto com o Brasil.
Antes
da guerra, a ministra esteve na Rússia em uma viagem semelhante. Paralelamente,
o governo brasileiro deve anunciar na sexta-feira um Plano Nacional de
Fertilizantes, visando estimular a produção local e reduzir a dependência do
produto importado.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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