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Marc HUTTEN Foto de 10 de outubro de 1967 que mostra o corpo do
guerrilheiro Ernesto "Che" Guevara, exposto ao público em
Vallegrande, Bolívia, um dia após sua morte
O
militar boliviano Mario Terán Salazar, que assegurou ter matado em 1967 o
guerrilheiro argentino-cubano Ernesto "Che" Guevara, morreu nesta
quinta-feira (10), aos 80 anos, em Santa Cruz de la Sierra, no leste da
Bolívia, informaram pessoas próximas. Com informações da AFP.
"Morreu
de câncer de próstata", confirmou à AFP seu filho, Mario, acrescentando
que o militar faleceu por volta da meia-noite local (01h em Brasília) de
quinta-feira.
"Estava
doente e não havia nada a fazer", disse mais cedo à AFP Gary Prado, o
militar que capturou o Che na selva boliviana há 54 anos.
"Fui
avisado pela família e colegas das Forças Armadas porque ele estava internado
no Hospital Militar", explicou.
Em
8 de outubro de 1967, o exército boliviano deteve Guevara, figura mítica da
luta armada durante a Guerra Fria, com apoio de dois agentes da CIA
cubano-americanos.
O
Che estava à frente de um grupo de guerrilheiros que tinha sobrevivido a
combates, à fome e a doenças.
Ferido
em combate, foi levado para uma escola abandonada no povoado de La Higuera.
Ali
passou sua última noite. Foi crivado de balas no dia seguinte por Terán com o
aval do então presidente René Barrientos (1964-1969), um anticomunista
ferrenho.
"Esse
foi o pior momento da minha vida. Nesse momento, vi o 'Che' grande, muito
grande, enorme. Seus olhos brilhavam intensamente", relatou Terán na
época.
"Sentia
que se jogava em cima de mim e quando me olhou fixamente, tive um enjoo. Pensei
que com um movimento rápido, o 'Che' poderia tirar minha arma. 'Fique sereno -
me disse - e mire bem! Vai matar um homem!' Então, dei um passo para trás, até
a soleira da porta, fechei os olhos e atirei", contou o militar.
Aos
39 anos, o Che se tornava uma lenda, enquanto seu corpo, inerte, e seu rosto
com os olhos abertos era exibido como um troféu na cidade vizinha de
Vallegrande, uma imagem imortalizada pelo fotógrafo da AFP Marc Hutten.
Após
30 anos de serviço, Terán se reformou e se manteve no anonimato, evitando a
imprensa. Chegou, inclusive, a afirmar que o assassino de Guevara não tinha
sido ele, mas outro militar com mesmo nome e sobrenome.
Depois
de concluir seus estudos em medicina e de múltiplas viagens que forjaram suas
convicções, Guevara, nascido na cidade argentina de Rosario, conheceu Raúl e
Fidel Castro no México, antes de ingressar na guerrilha que levou os
"barbudos" ao poder em Cuba, em 1959.
Anos
depois de sua infrutífera tentativa de propagar a chama da revolução armada no
Congo, seguiram-se meses de "desaparecimento" antes de envolver-se,
na Bolívia, em sua última guerrilha.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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