Forças
russas lançaram vários ataques aéreos contra um centro de treinamento militar
nos arredores da cidade de Lviv, no oeste da Ucrânia, a menos de 25 quilômetros
da fronteira com a Polônia, afirmaram autoridades locais neste domingo (13). As
informações são do FolhaPress.
O
governador regional Maksim Kozitskiy disse que 9 pessoas morreram e 57 ficaram
feridas após aviões russos dispararem cerca de 30 foguetes contra o Centro
Internacional de Manutenção da Paz e Segurança de Iavoriv. Ele acrescentou que
alguns desses foguetes foram interceptados antes de atingirem a base.
A
instalação de 360 quilômetros quadrados é uma das maiores da Ucrânia e a maior
da parte ocidental do país. Instrutores militares estrangeiros já trabalharam
na base, disse o governo ucraniano. Não ficou claro se algum deles estava lá no
momento.
Segundo
o correspondente do jornal britânico The Guardian, socorristas que estão em
Iavoriv disseram que o número de mortos é maior do que o anunciado até agora e
chega a 20.
Dezenove
ambulâncias com sirenes ligadas foram vistas pela agência Reuters dirigindo-se
às instalações após o ataque, e uma fumaça preta subiu da área.
Muitos
ucranianos fugiram para Lviv desde que a invasão russa começou. A 40 km de
distância da Polônia, a cidade é um centro de trânsito para quem sai da
Ucrânia.
A
Reuters questionou o Kremlin sobre o ataque tão próximo à fronteira com um país
membro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), mas não obteve
resposta até a publicação desta reportagem.
A
Ucrânia realizou a maioria de seus treinamentos militares com os países da Otan
antes da invasão russa de 24 de fevereiro. Os últimos grandes exercícios foram
em setembro.
De
acordo com a mídia ucraniana, todos os instrutores estrangeiros deixaram o
campo de Iavoriv em meados de fevereiro.
Outra
cidade no oeste da Ucrânia, Ivano-Frankvisk, foi alvo de ataque russo neste
domingo, segundo o prefeito da cidade.
"De
acordo com informações preliminares, as explosões desta manhã (domingo) foram
de um ataque ao aeroporto", disse Ruslan Martsinkiv, no Facebook.
O
sul do país também continua sob ataque, com a cidade sitiada de Mariupol
aguardando a chegada de um comboio de ajuda humanitária.
A
caravana, vinda de Zaporíjia, foi bloqueada por mais de cinco horas em um posto
de controle russo no sábado.
Mariupol,
uma cidade portuária estratégica, está em uma situação "quase
desesperadora", segundo os Médicos Sem Fronteiras (MSF), devido à falta de
alimentos, água, gás, eletricidade e comunicações.
O
governo russo reconheceu que "em algumas cidades" a situação
"atingiu proporções catastróficas", segundo o general Mikhail
Mizintsev, citado no sábado pelas agências de notícias russas. Mas o oficial
atribuiu a tragédia aos "nacionalistas" ucranianos, acusando-os de
plantar minas em áreas residenciais, destruir a infraestrutura e prender a
população civil.
Também
no sul, a cidade de Odessa continua se preparando para uma ofensiva das tropas
russas, que atualmente estão concentradas em Mikolaiv, cerca de 100 km a leste.
Os bombardeios maciços atingiram um centro oncológico e uma clínica
oftalmológica, confirmou um jornalista da AFP. Nove pessoas foram mortas,
informou o governador regional Vitaly Kim no Telegram no domingo.
Há
corpos jogados nas ruas de algumas cidades e os saldos são impossíveis de
verificar. "Cerca de 1.300" militares ucranianos foram mortos desde
24 de fevereiro, disse o presidente Volodimir Zelensky no sábado, na primeira
contagem oficial desde o início da invasão.
O
ucraniano afirma que o Exército russo perdeu "cerca de 12 mil
homens". A Rússia, por sua vez, anunciou em 2 de março seu único saldo até
o momento, de 498 soldados mortos.
Quanto
aos civis, 579 teriam sido mortos, segundo a ONU, que alerta, no entanto, que o
número real é provavelmente muito maior. Cerca de 2,6 milhões de pessoas
fugiram da Ucrânia desde o início da guerra, aos quais se somam cerca de 2
milhões de deslocados internos, segundo dados do Alto Comissariado das Nações
Unidas para os Refugiados (Acnur).
KIEV
Em
Kiev, sirenes de ataques aéreos acordaram novamente moradores na manhã de
domingo, horas depois que o presidente ucraniano alertou às forças russas que
enfrentariam uma luta até a morte se tentarem ocupar a capital.
"Se
eles decidirem bombardear e simplesmente apagar a história desta região... e
destruir a todos nós, então eles entrarão em Kiev. Se esse é o objetivo deles,
deixe-os entrar", disse, no sábado.
O
Ministério da Defesa britânico estimou no sábado que as forças russas estavam a
25 quilômetros da capital, e que a coluna norte se dispersou, o que pode ser um
indício de que um cerco está sendo preparado.
Também
no sábado, a Ucrânia acusou as forças russas de matarem sete civis, incluindo
uma criança, em um ataque a mulheres que tentavam fugir com seus filhos de
combates perto de Kiev.
A
Reuters não conseguiu verificar imediatamente o relato e a Rússia não fez
comentários.
Moscou nega atacar civis e culpa a Ucrânia por tentativas fracassadas de evacuar civis de cidades cercadas, o que a Ucrânia e seus aliados ocidentais negam.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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