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Xangai
anunciou nesta segunda-feira (18) que três pessoas morreram de Covid-19 na
cidade desde o começo do lockdown, que começou no fim de março. Um número
baixo, considerando os milhares de casos positivos declarados nas últimas
semanas na metrópole. O governo chinês atribui o sucesso sanitário à estratégia
“zero covid” que não pretende relaxar. Com informações da AFP
Apesar
de os milhares de casos positivos registrados nas últimas semanas, nenhuma
morte tinha sido informada até então em Xangai, causando interrogações, já que a
taxa de vacinação entre idosos é baixa na cidade. A prefeitura informou na
segunda-feira que três pessoas com idades entre 89 e 91 anos, que tinham
fatores de risco, tinham morrido de Covid-19.
De
acordo com informações oficiais, 4.641 chineses morreram vítimas da Covid-19.
Um saldo extremamente baixo em relação ao de habitantes do país mais populoso
do mundo, com 1,4 milhão de habitantes.O sucesso sanitário é atribuído à
estratégia “zero covid”, que inclui lockdowns decretados desde que um novo caso
é detectado, isolamento de pessoas positivas, vistos para viajantes restritos,
quarentena na chegada ao território e ainda rastreamento da circulação.
Xangai,
que é a capital econômica da China e tem 25 milhões de moradores, vive há
semanas um sério aumento da epidemia ligada à variante ômicron, muito
contagiosa. Inicialmente, um lockdown parcial da cidade foi decretado no final
de março, mas logo em seguida, no começo de abril, todos os moradores não
puderam mais sair de casa.
Muitos
habitantes confinados de Xangai encontram dificuldades, nas últimas semanas, de
comprar produtos frescos, principalmente pela falta de pessoas para fazer
entregas. A população também teme ser enviada aos centros de quarentena, onde
as pessoas cujos testes deram positivo são isoladas, ainda que assintomáticas.
Com os centros lotados, as autoridades chegaram a requisitar casas de
particulares para colocar pessoas doentes. Isso provocou confrontos na semana
passada entre policiais e habitantes.
Sem
relaxamento
Mas
Xangai não prevê relaxar as restrições. O serviço de saúde municipal informou o
aparecimento de 22.248 novos casos na segunda-feira, 90% deles assintomáticos.
A cifra é baixa se comparada ao resto do mundo.
O
Partido Comunista Chinês (PCC) faz desse pequeno saldo de mortes um argumento
político, mostrando que coloca a vida dos chineses acima de considerações
econômicas, o oposto das democracias ocidentais, onde o vírus matou milhões de
pessoas.
O
ministério da Saúde chinês destaca que um abrandamento muito amplo das restrições
poderia gerar uma forte pressão no sistema hospitalar e provocar milhões de
mortes. Sobretudo porque a vacinação ainda é baixa entre os mais velhos. Apenas
pouco mais da metade da população acima de 80 anos recebeu uma dose de reforço.
Política
Questões
políticas também estão em jogo, de acordo com observadores. O PCC, que tira
partido de sua gestão da epidemia, organiza no final de 2022 uma grande reunião
durante a qual o presidente chinês, Xi Jinping, deve obter um terceiro mandato
de cinco anos no comando da sigla.
“Este
é um ano sensível e crucial para o regime”, analisa Lynette Ong, professora de
Ciências políticas da Universidade de Toronto, no Canadá. “A China dá sempre
muita importância à estabilidade social e uma crise sanitária seria potencialmente
muito perturbadora neste contexto.”
Para
garantir o isolamento das pessoas que têm o vírus, as autoridades de Xangai
instalaram, nas últimas semanas, milhares de leitos em estruturas
pré-fabricadas, mas suspenderam a regra, muito controvertida, de separar as crianças positivas de seus pais negativos.
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