Foto reprodução
No
momento em que o Brasil chega à marca de 660 mil mortes confirmadas por
Covid-19, a avaliação do desempenho do presidente Jair Bolsonaro (PL) em
relação à pandemia melhora, embora ainda seja mais negativa do que positiva,
mostra pesquisa Datafolha.
O
levantamento foi realizado nos dias 22 e 23 do mês passado. Houve 2.556
entrevistas em 181 municípios com pessoas de 16 anos ou mais. A margem de erro
é de dois pontos para cima ou para baixo.
A
parcela de entrevistados que diz ver como ótima ou boa a condução do mandatário
na maior emergência de saúde da história recente passou de 22% em setembro do
ano passado para 28% em março.
Os
que a avaliam como regular passaram de 22% para 25%, e a parcela dos que veem o
desempenho como ruim/péssimo caiu de 54% para 46%.
A
queda na reprovação da gestão de Bolsonaro na pandemia ocorre no momento em que
a reprovação de seu governo também cai, e em que ele mostra fôlego para a
disputa eleitoral de outubro, com 26% das intenções de voto, atrás do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem 43%.
Desde
o início da pandemia, o Datafolha realizou oito pesquisas que avaliaram tanto o
governo Bolsonaro como seu desempenho na pandemia. Ao longo do período, a
reprovação do combate à Covid sempre havia sido maior do que a de seu governo.
Em
março de 2021, por exemplo, 54% reprovavam seu desempenho na pandemia, mas só
32% reprovavam seu governo de forma geral.
Agora,
as curvas de reprovação convergem pela primeira vez (46% no caso da pandemia e
45% na geral), e também de forma inédita a aprovação do desempenho do
mandatário frente à Covid fica numericamente acima da geral (28% a 25%).
Ao
longo de pouco mais de dois anos da circulação do vírus Sars-CoV-2 no país,
Bolsonaro desrespeitou medidas sanitárias, promovendo aglomerações, divulgou e
adquiriu medicamentos sem eficácia contra a Covid e propagou afirmações falsas
sobre as vacinas.
Sua
gestão foi alvo de uma CPI no Senado cujo relatório final, aprovado em outubro
de 2021, atribuiu crimes ao governo federal e pediu a responsabilização de
vários agentes, sobretudo do presidente da República.
O
parecer aprovado na CPI citou irregularidades em negociações de vacinas, demora
para compra de imunizantes eficazes e omissão para evitar colapso sanitário no
Amazonas, quando pacientes morreram sem oxigênio, mesmo quando já se sabia há
dias que o insumo estava para acabar no estado.
Enquanto
seu desempenho no enfrentamento à doença era criticado, Bolsonaro optou por
culpar governadores, prefeitos e o Supremo Tribunal Federal pelo impacto
econômico de medidas de isolamento social.
Em
diversos momentos, o presidente contrariou evidências científicas ao pôr em
dúvida a eficácia e a segurança dos imunizantes, especialmente ao tratar do
público infantil.
Justamente
por causa da vacinação, porém, o cenário da Covid no Brasil hoje é outro, pouco
mais de um ano após as cenas de parentes buscando oxigênio por conta própria
para seus familiares acamados em Manaus.
Quase
3 em cada 4 brasileiros (74,9%) estão imunizados com as duas doses ou dose
única da vacina contra a Covid, e 36,4% tomaram a injeção de reforço.
As
médias móveis de mortes e de casos continuam em queda. A de óbitos registrada
neste sábado (2) foi de 197, redução de 35% em relação a duas semanas atrás, e
a de infecções foi de 23.878, diminuição de 36%.
Neste
cenário, quando analisados os diferentes segmentos da população na pesquisa
Datafolha, a avaliação da gestão de Bolsonaro na pandemia segue a tendência de
sua popularidade em geral.
Melhores
índices de aprovação são encontrados, por exemplo, entre os que classificam seu
governo como ótimo ou bom (78%), evangélicos (38%, ante 26% de católicos e 16%
de kardecistas) e brancos (32%, ante 21% dos pretos).
A
reprovação da conduta presidencial diante da pandemia é maior entre os jovens
de 16 a 24 anos --53% dizem ver como ruim/péssima, índice que oscila entre 43%
e 46% nas demais faixas etárias.
É
maior entre os que têm diploma universitário (57% contra 43% a 44% dos demais)
e entre os moradores do Nordeste (50%) e Sudeste (49%).
No
Sul, a reprovação da atuação de Bolsonaro na pandemia cai a 42%, e no
Centro-Oeste, a 36%.
A
relativa volta à normalidade no cotidiano do país, com a queda na
obrigatoriedade de máscaras em diversas cidades, escolas abertas e retorno ao
trabalho presencial, ocorre enquanto países da Europa e da Ásia registram
aumento de casos em decorrência de uma subvariante do vírus.
O
impacto dela no Brasil ainda é incerto e, por ora, não há consenso na
comunidade científica para determinar se e quando a pandemia acaba.
O
próprio ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse na última quarta (30) que
encerrar o status de emergência sanitária no país ainda depende de uma série de
análises.
Ainda
assim, segundo o Datafolha, cresce a percepção no país de controle na pandemia.
Ao todo, 72% avaliam que ela está parcialmente controlada, e 15%, totalmente.
Caiu
de 20% para 12% os que veem a situação fora de controle. Há um ano, quando UTIs
de todo o Brasil entraram em colapso, esse índice era de 79%.
Como
esperado, a parcela dos que veem a pandemia totalmente controlada é maior entre
os eleitores de Bolsonaro (26%) e menor entre os que pretendem votar em João
Doria (12%), Lula (12%), Sergio Moro (12%) e Ciro Gomes (8%).
Com informações da FolhaPress.
Para
ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com / Siga o blog do
professorTM/EJ no Facebook, e no Instagram. Ajude a aumentar a
nossa comunidade.
AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser removidos sem prévia notificação
Postar um comentário