Foto divulgação
O
ex-governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à Presidência, João Doria,
age para reconstruir pontes com a bancada do partido na Câmara e reduzir danos
decorrentes do rompimento com o presidente da própria legenda, Bruno
Araújo. Enquanto o paulista busca amenizar os atritos internos, o
ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo
Leite busca apoios fora do PSDB, o que mostra que o partido tem
explicitamente um pré-candidato oficial e outro paralelo. As informações são de Pedro Venceslau/Estadão.
O
gaúcho vai se reunir hoje, em São Paulo, com o ex-presidente Michel
Temer (MDB), no momento em que intensifica uma campanha alternativa
para se viabilizar como opção dos partidos de centro.
“A
condição de pré-candidato do João (Doria) é fato consumado. Vamos ampliar o
diálogo com Brasília e outros Estados, além de viajar o País”, disse Marco Vinholi,
presidente do PSDB em São Paulo e novo coordenador da pré-campanha de Doria ao
Planalto.
Após
um feriado tenso, quando apoiadores de Doria fizeram uma ofensiva nas redes
sociais com a hashtag #renunciaBrunoAraujo, Vinholi adotou um tom conciliador e
declarou que pretende repactuar a relação com o dirigente máximo do PSDB.
Araújo e Doria conversaram na segunda-feira, 18. Ficou acertado que Araújo
cuidará da candidatura única da terceira via, no que cabe ao PSDB, e o
ex-governador paulista seguirá em pré-campanha.
Com
o novo cargo, Vinholi terá também um lugar na mesa da terceira via. O colegiado
reúne, além de Araújo e dos próprios pré-candidatos, os presidentes do
MDB, Baleia Rossi; do União Brasil, Luciano
Bivar; e do Cidadania, Roberto
Freire. O grupo vai começar nesta semana a discutir os critérios para a
escolha do candidato único da chamada terceira via. Pelo calendário dos
partidos, o martelo será batido no dia 18 de maio.
O
grupo de Doria defende a contratação de uma pesquisa quantitativa pelos
partidos para definir o nome com mais intenções de voto. Enquanto o PSDB
enfrenta mais uma disputa interna, a senadora Simone
Tebet (MS) avança na construção de um consenso em torno de seu nome no
MDB.
Em
conversas reservadas, emedebistas resistem ao nome de Doria e não descartam uma
chapa Simone-Leite, mas admitem que Bivar teria a prerrogativa de escolher o
vice, sendo ele próprio pré-candidato.
No
comitê da pré-campanha de Doria, a avaliação é de que o ex-governador tem hoje
na sua retaguarda três parlamentares influentes na bancada tucana: os deputados
Nilson Pinto (PA), Ezequiel Ferreira (RN) e o líder Adolfo Viana (BA). Já Leite
tem o apoio de Aécio Neves (MG), José Aníbal (SP) e Tasso Jereissati (CE), todos
influentes na executiva do PSDB.
Os
tucanos paulistas também apostam nas inserções do partido na TV, marcadas para
o próximo dia 26, que terão Doria como protagonista.
Mesmo
assim, Leite tenta ainda se viabilizar, apesar de derrotado para Doria nas
prévias do ano passado. Ontem, o gaúcho se encontrou com o presidente do
Solidariedade, Paulinho da Força, em São Paulo. Hoje, além do encontro com
Temer, está prevista uma reunião com Raquel Lyra, pré-candidata do PSDB ao
governo de Pernambuco. No dia 20, deve iniciar um giro pelo Brasil.
O
roteiro do ex-governador gaúcho vai começar pelo Ceará, Estado de Tasso
Jereissati, seu aliado. Em seguida, Eduardo Leite passará por Pernambuco –
Estado de Araújo –, Rio, onde Rodrigo Maia comanda a sigla, e Mato Grosso do Sul.
“Eduardo hoje é uma liderança nacional do PSDB, portanto é legítimo que rode o País, principalmente neste momento em que a candidatura do Doria sofre tanta resistência”, disse Orlando Faria, um dos articuladores do grupo do ex-governador do Rio Grande do Sul.
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