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O
presidente Jair Bolsonaro (PL) confessou que pretende se
dedicar à reeleição neste ano em detrimento de alavancar aliados nos Estados.
Em entrevista a um canal de TV na Bahia, o chefe do Executivo também atacou o
ex-presidente Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin, que formarão chapa
para disputar a Presidência, e reiterou suas críticas ao Supremo Tribunal
Federal (STF). “Alckmin está ajudando Lula a voltar à cena do crime”, afirmou.
A
declaração sobre a campanha foi dada ao comentar a situação eleitoral em
Estados em que terá mais de um palanque. “O Rio Grande do Sul tem outro bom
candidato que é o Luiz
Carlos Heinze. Tem estado, como Santa Catarina, que tem três candidatos
simpáticos a mim. O que eu pretendo fazer nesses estados? Ser neutro”, declarou
o presidente. “Eu vou me dedicar à minha possível reeleição”, disse à TV Aratu,
da Bahia. No Rio Grande do Sul, o candidato “oficial” ao governo é o
ex-ministro do Trabalho e Previdência Onyx Lorenzoni, considerado um aliado de
primeira hora de Bolsonaro.
A
Bahia também foi citada na entrevista. Bolsonaro confirmou que seu candidato é João
Roma (PL), ex-ministro da Cidadania, mas evitou fazer críticas ao
favorito para a disputa, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União
Brasil). “Quase não converso com ele, (mas) não costumo criticá-lo”.
O
chefe do Executivo ainda voltou a disparar sua artilharia contra alvos
corriqueiros, como Lula e o STF, mas agora incluindo Alckmin, aprovado nesta
quarta-feira, 13, como vice do petista na corrida à reeleição, como foco.
“Quero saber opinião do Alckmin sobre aborto”, declarou, resgatando a polêmica
iniciada por Lula e lembrando que o ex-tucano é católico. “Essa chapa
(Lula-Alckmin) perdeu sua credibilidade”.
Na
entrevista, Bolsonaro lembrou que Lula defendeu o aborto como questão de saúde
pública na semana passada, em nova tentativa de polatizar com o petista, líder
nas pesquisas de intenção de voto. Ele também disse que a maioria dos ministros
do STF não age corretamente e que cinco ou seis deles seriam favoráveis ao
aborto. “Se Lula voltar, coloca mais dois (ministros favoráveis ao aborto)”,
afirmou o presidente. “Aborto será aprovado no Brasil se Lula voltar pelo STF a
exemplo da Colômbia”, acrescentou, descartando uma aprovação via Congresso.
Outro
pré-candidato à Presidência recebeu ataques de Bolsonaro na entrevista: o
ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB). “Nas pesquisas de opinião, é uma
coisa ridícula”, disparou o chefe do Executivo. "É um governo (o paulista)
que quer aparecer criticando os outros”.
Corrupção
Bolsonaro
também voltou a comentar a corrupção nos governos petistas. “Ele comprava voto
no parlamento. Como era o governo na época do PT? Cada partido tinha seus
ministérios, bancos oficiais, estatais, em troca de apoio político”, afirmou,
sem citar que assumiu nesta semana ter oferecido cargos ao Centrão e dar
emendas do Orçamento Secreto para “acalmar o Congresso”. "Alguns cargos
demos, mas não demos ministérios, nem estatais”, tentou explicar sobre sua
relação com o Centrão. “Aprovamos muita coisa dentro do parlamento graças ao
apoio dos partidos de centro”, reconheceu.
Com informações de Eduardo Gayer/Estadão
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