Apesar da
preocupação de que as sanções contra a Rússia causem um déficit de fertilizantes
no Brasil, dados preliminares de embarque mostram pedidos sendo
atendidos e navios se direcionando ao Brasil,
potencialmente permitindo uma temporada
normal de plantio de grãos. Com informações da Reuters.
Pelo
menos 24 navios transportando quase 678 mil
toneladas de fertilizantes russos devem chegar aos
portos do Brasil nas próximas semanas, de acordo com dados
preliminares de embarque compilados pela Agrinvest Commodities
e vistos pela Reuters hoje (18).
Apesar das sanções contra
a Rússia após a invasão da Ucrânia, os dados mostram que 11 dos
24 navios deixaram portos como de São Petersburgo e
Murmansk, após 24 de fevereiro, quando a guerra começou. A maioria
está carregando cloreto de potássio usado em campos de soja
e milho.
O Brasil é dependente
da importação de fertilizantes.
O
Pebble Beach, com uma carga de 35 mil
toneladas de cloreto de potássio, foi o último
a deixar a Rússia em 4 de abril a caminho do
porto de Vitória, no Sudeste, mostraram os dados.
Um comerciante de fertilizantes
disse que os acordos ainda são possíveis, já que unidades
estrangeiras de empresas russas continuam atendendo pedidos, enquanto
bancos não afetados pelas sanções ocidentais processam os pagamentos.
As
importações totais de fertilizantes e matérias-primas usadas para
produzir adubos aumentaram 24,57%, para 9,795 milhões de toneladas no
primeiro trimestre, segundo dados do Siacesp, um grupo do setor.
Só
as importações de cloreto de potássio saltaram 41,75% para
3,080 milhões de toneladas.
Esses
volumes mostram que o Brasil continuou comprando
mesmo com a alta dos preços e a guerra ameaçando atrapalhar as
vendas de empresas na Rússia e na Belarus.
Atrasos
ou falta de fertilizantes colocariam em risco a
temporada de grãos de verão no Brasil,
que começará no último trimestre de 2022.
Os
três maiores fornecedores de cloreto de potássio para
o Brasil no primeiro trimestre foram a canadense Canpotex, cujos
acionistas são a Mosaic e a Nutrien, a empresa da Belarus Potash Company e
a russa UralKali, segundo o Siacesp.
A Mosaic,
a norueguesa Yara e a brasileira Fertipar foram as três maiores
importadoras, trazendo juntas 1,3 milhão de toneladas entre janeiro e
março, mostraram os dados.
A Fertilizantes
Tocantins, da Eurochem, também importou cerca de 231.753
toneladas de cloreto de guerra russcrpotássio no período,
representando 7,52% do total.
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