A
Suécia foi palco neste domingo (17) do quarto dia de uma revolta provocada por
um movimento de extrema direita. O grupo, liderado pelo polêmico Rasmus
Paludan, defende queimar exemplares do Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos,
em nome da liberdade de expressão. Com informações de Frédéric Faux,
correspondente da RFI em Estocolmo, e agências.
Desde
a última quinta-feira (14), cidades suecas registram graves cenas de violência.
Depois da capital Estocolmo e Malmö (sul), foi a vez de Norrköping (leste) e
Linköping (sudeste) serem palco da revolta de muçulmanos, neste
domingo, devido à autorização concedida pelas autoridades para que
militantes de extrema direita se reúnam. Dezenas de jovens queimaram viaturas,
carros, contêineres e lixeiras, para expressar sua indignação.
Os
incidentes eclodiram após a realização de eventos do movimento anti-imigração e
anti-islamismo Stram Kurs (Linha Dura), liderado pelo advogado
sueco-dinamarquês Rasmus Paludan. Em turnê pelo país, ele vem incitando as
violências com polêmicas declarações. Seu grupo, fundado em 2017, é célébre por
organizar manifestações racistas e islamofóbicas.
No
sábado (16), em Malmö, Paludan sugeriu que seus simpatizantes queimassem
exemplares do Alcorão, intensificando a revolta. Jovens muçulmanos se dirigiram
a um estacionamento da cidade, onde ocorria um encontro do Stram Kurs, atirando
pedras contra os participantes. Para evitar o confronto entre os dois grupos,
policiais foram acionados e atiraram bombas de gás lacrimogênio.
Dezenas
de denúncias, principalmente por vandalismo, foram registradas pela polícia nos
últimos dias. Desde quinta-feira, ao menos 12 policiais, além de alguns
cidadãos, ficaram feridos nos confrontos. As autoridades temem que os
incidentes deem origem a uma onda de violências no país.
Controversa
liberdade de expressão
Por
lei, os suecos têm direito de realizar manifestações e exprimir suas opiniões.
Em nome da liberdade de expressão, diversos políticos do país vêm se recusando
a condenar as provocações dos militantes da extrema direita. A própria
primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, condenou apenas as violências dos
jovens muçulmanos contra a polícia, alegando que todos os cidadãos têm direito
de manifestar suas ideias.
Enquanto
Paludan atrai a atenção das mídias e ganha seguidores, a opinião pública vem
contestando a estratégia do governo de não proibir os atos do Stram Kurs pelo
país. As autoridades de Landskrona, no sudoeste, resolveram agir por conta
própria e, em uma decisão incomum, não autorizaram um evento do Stram Kurs no
local.
Jönköping,
no sudeste, resolveu a polêmica de outra forma: quando Paludan anunciou sua
passagem pela cidade, os moradores resolveram simplesmente ignorá-lo. Durante o
ato, na presença apenas de sua equipe e nenhum expectador local, o líder do
Stram Kurs se viu obrigado a finalizar o evento e ir embora.
O
advogado sueco-dinamarquês indicou que, apesar dos incidentes
violentos, quer continuar sua turnê em outras duas cidades do país.
Até o momento, os novos atos não receberam autorização da polícia.
Para
ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com / Siga o blog do
professorTM/EJ no Facebook, e no Instagram. Ajude a aumentar a
nossa comunidade.
AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser removidos sem prévia notificação
Postar um comentário