O
Brasil pode ter um ganho adicional de US$ 7,8 bilhões ao ano nas exportações
com a reconfiguração do comércio internacional, segundo projeção apresentada pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) na 3ª feira
(7.jun.2022). O crescimento nas exportações seria resultado do “nearshoring”
–ter a cadeia de fornecedores mais próxima do comprador.
Ao
todo, a região da América Latina e Caribe tem
possibilidade de obter ganho extra de US$ 78 bilhões no curto e médio prazo:
US$ 64 bilhões em vendas de bens ao exterior e US$ 14 bilhões via exportações
de serviços.
O
BID afirmou que a maioria do crescimento das exportações brasileiras (em torno
de US$ 4,1 bilhões) viria do aumento do comércio com os Estados
Unidos –algo que pode se concretizar de forma rápida. Mais US$ 3,1 bilhões
viriam da expansão das vendas para países da América Latina. Os US$ 546,8
milhões restantes, através de oportunidades de médio prazo.
O
banco avaliou que apenas o México está acima do Brasil em possibilidade de
crescimento. O país, favorecido pela proximidade com os Estados Unidos, pode
ter impulso de US$ 35,3 bilhões nas exportações. Em seguida estão Argentina
(US$ 3,9 bilhões), Colômbia (US$ 2,6 bilhões) e Chile (US$ 1,8 bilhão).
“O
aumento das preocupações ambientais, em conjunto com a crise da saúde [pandemia] e
a recente invasão da Ucrânia pela Rússia, apresentaram uma
oportunidade em que a região pode contribuir para a economia global e o combate
à inflação,
assumindo um papel mais ativo nas cadeias de suprimentos globais de maneira
sustentável e equitativa”, disse o presidente do BID, Mauricio
Claver-Carone.
Ele
participou na 3ª feira de reunião com autoridades dos governos da América Latina
em encontro paralelo à Cúpula
das Américas, que começou na. 2ª feira (6.jun) em Los Angeles (EUA).
Em discurso antes da reunião, Claver-Carone reforçou a informação divulgada pelo BID de que a mudança nas cadeias globais de suprimentos privilegiam países mais próximos do mercado consumidor. “Nós somos um oceano de paz e prosperidade”, falou. “As estrelas nunca estiveram tão alinhadas para a América Latina e o Caribe”, disse. Ele pediu que a questão seja “despolitizada” e declarou ser um assunto de “crescimento e investimento”.
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