OPINIÃO: Lula passa pano para ladrões de celular?

foto ilustração

Por Felipe Moura Brasil/colunista da Uol

Enquanto igrejas cristãs ensinam aos pobres que o crime é pecado independentemente de sua condição, intelectuais, artistas e políticos de esquerda disseminam no ambiente cultural o relativismo que arrefece o freio moral aos piores impulsos individuais.

Uma frase de Lula em entrevista [de 6/12/2017] à rádio Continental AM, de Campos [de Goytacazes], em sua caravana pelo Rio de Janeiro, ilustra a tese esquerdista:

'Um jovem que está trabalhando, que recebe um salário e pode comprar um celular bonito como este teu, ele não tem por que assaltar uma pessoa para roubar um celular.'

A conclusão inevitável é que um jovem desempregado tem, sim, por que assaltar. Na prática, a [ala lulista da] esquerda insulta os pobres de bem, que buscam vencer sem recorrer ao crime, e legitima as ações daqueles que se deixam levar pelo mal que ela fomenta.

Mas Lula vai além.

Em sua caravana pelo Rio, ele também discursou contra a prisão de governadores eleitos que roubaram dinheiro público.

'Eu estou triste com o que está acontecendo com o Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro não merece a crise que ele está vivendo. O Rio de Janeiro não merece que governadores eleitos democraticamente estejam presos porque roubaram o povo brasileiro e roubaram dinheiro público. Eu nem sei se é verdade, porque eu não acredito no que a imprensa fala.'

A a série de declarações de Lula sobre a ladroagem já vinha de meses antes naquele ano. Em 25 de agosto de 2017, em entrevista a uma rádio universitária de Pernambuco Lula havia atribuído a incidência de homicídios no estado à pobreza:

"É uma coisa que está intimamente ligada. Ou seja, o cidadão teve acesso a um bem material, a uma casinha, a um emprego, e de repente o cara perde tudo. Então, vira uma indústria de roubar celular. Para que ele rouba celular? Para vender, para ganhar um dinheirinho. Eu penso que essa violência que está em Pernambuco é causada pela desesperança”

Anos depois, em 8 de novembro de 2019, em discurso após sair da prisão, Lula voltou ao tema:

"Eu não posso ver mais jovem de 14, 15 anos assaltando e sendo violentado, assassinado pela Polícia, às vezes inocente, ou às vezes porque roubou um celular."

Nos termos da lei, obviamente, menores de idade flagrados roubando qualquer coisa têm de ser apreendidos sem qualquer violência, à exceção do uso legal da força para efetivar a prisão em caso de resistência ou algo do gênero, de modo que esta fala específica de Lula é defensável como posição contrária a abusos policiais, eventualmente fatais.

Ela repercutiu mal nas redes sociais, no entanto, porque, recém-solto, Lula saiu em defesa de pivetes, expressando-se mal com o exemplo do roubo de celular como algo irrelevante. E, como se nota, o petista era reincidente em relativizar a gravidade desse crime.

fonte: https://noticias.uol.com.br/colunas/felipe-moura-brasil/2022/04/28/lula-passa-pano-para-ladroes-de-celular.htm

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