Foto: Pedro Venceslau/ESTADÃO
Pré-candidata
do MDB à Presidência, a senadora Simone
Tebet (MS) disse nesta sexta-feira, 22, que a ala do partido que
pressiona a legenda a apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) é uma foto que “cheira a naftalina”. A declaração é uma resposta ao
senador Renan Calheiros (MDB- AL), que ameaçou, em entrevista ao
jornal O Globo, levar à Justiça a convenção do partido que deve homologar
a candidatura de Tebet. As informações são de Pedro Venceslau/Estadão.
“Esses
caciques são sempre os mesmos que tiveram no passado com Lula. Vejam a
fotografia. Ela tem cheiro de naftalina”, disse Tebet. A pré-candidata do MDB
fez uma ressalva. “Michel Temer não faz parte daquela fotografia. Ele é um
homem honrado”, disse.
A
senadora esteve em São Bernardo do Campo, onde recebeu o apoio formal do
prefeito Orlando Morando (PSDB). O tucano e Tebet visitaram a Fábrica de
Cultura Bruno Covas, equipamento montado no local onde originalmente seria o
Museu do Trabalhador, projeto do ex-prefeito petista Luiz Marinho em homenagem
ao ex-presidente Lula. Em seguida, Tebet e Morando se reuniam no diretório
local do PSDB.
Em
seu discurso na abertura do evento, a senadora criticou o movimento dos
adversários internos. “Não vão tirar a única mulher competitiva, com espaço de
fala na política, no momento que o Brasil mais precisa.”
Ela
disse ainda, sem citar nomes, que não tem medo de cara “feia” e classificou
como uma “rasteira” a ameaça de judicialização da convenção do MDB. “Confio na
Justiça desse País. Minha preocupação com isso é zero”, disse.
Na
última segunda-feira, Lula se reuniu em São Paulo com caciques do MDB, como
Renan Calheiros (AL), Eunício Oliveira (CE), Edison Lobão (MA), Eduardo Braga
(AM), Isnaldo Bulhões (AL), líder do MDB na Câmara, Marcelo Castro (PI) e Rose
de Freitas (ES). O grupo declarou apoio ao petista, mas não tem força para
vencer a convenção do partido no dia 27 e derrubar a candidatura própria.
Morando
e o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, também criticaram a
decisão do PSDB de Minas Gerais de declarar apoio a Ciro Gomes (PDT) na disputa
presidencial. “O PSDB nacional tomou uma decisão pela aliança com o MDB.
Qualquer Estado que fizer diferente poderá ser punindo”, afirmou Morando. Os
tucanos devem indicar o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) como vice de Tebet.
O
prefeito defendeu que o candidato do partido ao governo de Minas Gerais, Marcus
Pestana, não receba recursos do Fundo Eleitoral se de fato apoiar Ciro Gomes.
“Foi um grave equívoco (o PSDB de MG apoiar Ciro Gomes). Eu disse ao Marcus
Pestana que não imaginava que isso fosse ser colocado. Eu não esperava isso do
PSDB de Minas Gerais”, disse Roberto Freire, presidente do Cidadania, que
formou uma federação com o PSDB.
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