Foto reprodução internet/Google
(Reuters) - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o mandato de
deputado federal e candidato a senador pelo Mato Grosso, Neri Geller, aliado do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que tem sido um elo do petista com
o agronegócio, informou o Ministério Público Eleitoral em comunicado na noite
de quarta-feira.
Foto: André Dusek/ Estadão F
A
corte eleitoral acatou em decisão unânime pedido do MP para cassar o mandato de
Geller e torná-lo inelegível por oito anos por entender que ele captou recursos
de forma ilícita para sua campanha eleitoral em 2018.
Segundo
o MP, Geller arrecadou recursos de empresas --o que é proibido pela legislação
eleitoral-- por meio de uma triangulação bancária envolvendo seu filho. Segundo
o MP, a quebra do sigilo bancário autorizada pela Justiça revelou o alegado
esquema de arrecadação de doações eleitorais junto a empresas.
"A
movimentação financeira entre eles teve por escopo evitar que se evidenciasse a
vinculação entre as doações e recursos recebidos de pessoas jurídicas",
disse o vice-procurador-geral Eleitoral, Paulo Gonet, no parecer enviado ao
TSE.
Em
julho, Lula fechou apoio à candidatura de Geller, vice-presidente da Frente
Parlamentar do Agronegócio (FPA), ao Senado em uma negociação que envolveu
também o senador Carlos Fávaro (PSD-MT) --também ligado ao agronegócio.
O
apoio veio em troca do envolvimento de Geller, que foi ministro da Agricultura
no segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, e Fávaro em um movimento
que está levando setores do agronegócio a se aproximar de Lula, em um sinal de
insatisfação com a política do presidente Jair Bolsonaro (PL) e, também, um
reflexo das pesquisas eleitorais, que colocam Lula à frente do atual
presidente.
Em
nota divulgada na conta do deputado no Twitter, a assessoria jurídica de Geller
disse que ele foi cassado de forma injusta e que a assessoria continuará a
trabalhar no caso.
"O
deputado federal Neri Geller foi cassado injustamente e prova irrefutável disso
foi a decisão em cima de um pedido que sequer fazia parte dos autos", afirma
a nota.
"Geller
foi condenado por ser produtor rural, e por natureza intrínseca, vender soja e
milho. A partir da decisão do TSE, a assessoria jurídica do parlamentar
continuará trabalhando pelos meios judiciais cabíveis ao caso."
(Reportagem
de Eduardo Simões)
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