Kristersson
foi eleito por 176 votos a favor e 173 contra, depois de ter anunciado na
sexta-feira (14) um acordo para um governo de coalizão, formado pelo seu
partido - os Moderados -, os Democratas Cristãos e os Liberais, apoiados
no Parlamento pelos ultradireitistas Democratas da Suécia (SD).
Os
quatro partidos apresentaram um roteiro de 62 páginas sobre a futura
cooperação, destacando temas como a luta contra o crime e a imigração, além da
construção de novos reatores nucleares. O líder do SD, Jimmie Åkesson, disse no
Parlamento que, embora seu partido preferisse estar no governo e ocupar cargos
ministeriais, as políticas do novo Executivo eram mais importantes.
"O
importante é o que o governo fará", não como é composto, assegurou. Sua
formação foi a grande vencedora das eleições gerais de 11 de setembro e o
segundo partido mais votado, com 20,5% dos votos, atrás apenas do Partido
Social Democrata, da primeira-ministra Magdalena Andersson, grupo que
domina a política sueca desde a década de 1930.
O
novo governo, que deve ser anunciado na terça-feira (18), também planeja
cortes na política de concessão de asilo para refugiados. O objetivo
é reduzir a cota do ano passado de 6.400 requerentes para apenas 900
por ano, durante o mandato de quatro anos. O Executivo também considerará a
possibilidade de "expulsar estrangeiros por má conduta".
Maioria
frágil
Ulf
Kristersson priorizou a segurança como tema principal de sua
campanha: a Suécia enfrenta atualmente problemas de gangues criminosas
e acertos de contas. O novo premiê também prometeu controlar
os preços da energia, que dispararam com a guerra na Ucrânia.
O
programa prevê que pessoas em determinados bairros sensíveis sem
comportamento suspeito poderão ser revistadas pela polícia, penas mais duras
para reincidentes e a possibilidade de prestar depoimento de forma anônima no tribunal.
Mas,
embora a coalizão eleitoral tenha se apresentado como uma frente unida, há
divisões em vários setores. Várias concessões foram feitas para chegar a
um acordo, especialmente para apaziguar as tensões com a extrema direita.
O
grande desafio do novo Executivo foi conciliar as expectativas contraditórias
do pequeno partido liberal, com a entrada da extrema-direita no governo, e
as demandas do SD, que exigia cargos ministeriais. Mas, mesmo fora do gabinete,
Åkesson comemorou seu "papel absolutamente decisivo" na maioria do
governo.
A
grande influência do SD no programa anunciado na sexta-feira já causou tensões
entre os liberais, apoiadores essenciais de Kristersson. Devido à fragilidade
da nova maioria, a esquerda, de volta à oposição, não perde a esperança de
voltar ao poder antes das novas eleições, marcadas para 2026.
(Com
informações da AFP)
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