A
campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contratou o impulsionamento de
anúncios no Google que fazem referência ao trecho do vídeo de entrevista em que
Jair Bolsonaro (PL) usa a expressão "pintou um clima" para falar de
encontro com adolescentes venezuelanas. As informações são do jornal Folha de São Paulo
Os
anúncios têm o título "Meninas de 14 anos" e a legenda
"Bolsonaro revela que pintou o clima com uma garota de 14 anos. Assista
agora!". Um dos anúncios direciona para o site oficial de Lula e o outro
para um vídeo no YouTube.
Esse
tipo de conteúdo é exibido em uma rede de sites, vídeos e aplicativos que
reservam espaços para propagandas pagas do Google.
A
comunicação do ex-presidente diz à reportagem que o impulsionamento já foi
interrompido.
Os termos utilizados por Bolsonaro na entrevista para o canal Paparazzo Rubro-Negro ficaram entre os mais comentados e a expressão "Bolsonaro pedófilo" chegou a ser a mais usada no Twitter no sábado (15), após o trecho da entrevista ao podcast viralizar.
O
presidente tem dito que sua fala foi distorcida e descontextualizada e que ele
usa a expressão "pintou um clima" em situações que não têm relação
com sexo.
Neste
domingo (16), Alexandre de Moraes, presidente do TSE, determinou à campanha de
Lula que removesse vídeos em que a fala de Bolsonaro é relacionada à pedofilia.
Moraes
também determinou que a campanha de Lula deve se abster de "promover novas
manifestações" imputando a Bolsonaro declarações pedófilas, sob pena de
multa diária de R$ 100 mil.
A
contratação dos anúncios por parte da campanha do petista também aconteceu
neste domingo (16). Os dois anúncios visualizados pela reportagem, até o
momento, já foram exibidos mais de 100 mil vezes, ao custo de, aproximadamente,
R$ 25 mil.
Nesta
segunda (17), dez anúncios da campanha de Lula foram removidos devido a
violação da política da plataforma, segundo o Google, alguns com milhões de
acessos.
Como
mostrou a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, a campanha de Bolsonaro
pagou até R$ 166 mil para impulsionar três anúncios no Google que dizem que o
presidente não é pedófilo. Eles já foram visualizados mais de 20 milhões de
vezes, segundo a ferramenta de transparência do Google.
O impulsionamento de conteúdo negativo sobre concorrente é vedado pela legislação eleitoral, o que também pode gerar problemas para a campanha do ex-presidente.
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