Da Redação
Por: Taciano Medrado
Repetindo o que sempre fez em seus dois mandatos presidenciais, o Lulapetista, já começa a fazer o "arrumadinho" petista para beneficiar e favorecer os "companheiros". Segundo o jornal folha de São Paulo já se ventila uma eventual nomeação da presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), para assumi ministério no governo. Ministra-chefe da Casa Civil do governo Dilma Rousseff, ela é uma das coordenadoras da equipe de transição de Lula e é citada para diferentes funções da Esplanada. Caso aconteça a nomeação Gleisi deverá abrir mão da presidência do PT e possibilitará uma disputa pelo comando do partido em sua maior corrente, a CNB (Construindo um Novo Brasil).
Tendência liderada por Lula, a CNB já é palco de rivalidade mesmo sem que o nome de Gleisi tenha sido confirmado para qualquer cargo do futuro governo.
A
deputada federal está na presidência do partido há cinco anos -e seu mandato
acaba em 2024. O artigo 33 do estatuto do PT proíbe o acúmulo de funções e, em
caso de nomeação, determina a convocação de nova eleição entre os membros do
diretório em até 60 dias. De imediato, assume um dos vice-presidentes.
Dentro
do PT, a avaliação é que não existe um sucessor natural de Gleisi, que reúne
apoio da militância e confiança do presidente eleito.
Dois
nomes despontam nas apostas: o do deputado José Guimarães (CE) e o do
coordenador financeiro da campanha de Lula, o deputado Márcio Macedo (SE).
Mas,
após atuar na coordenação da vitoriosa campanha do PT no Ceará e costurar
apoios no Nordeste, Guimarães tem sido também cogitado para a área de
articulação política do terceiro mandato de Lula. Seu nome tem sido lembrado
para a liderança do governo no Congresso.
Há
até quem aposte na sua escolha para a pasta da articulação política, caso o
senador eleito Camilo Santana (PT-CE) e a governadora do Ceará, Izolda Cela
(sem partido), não sejam escalados para um ministério.
Guimarães,
no entanto, carrega a imagem negativa de um caso que envolveu um assessor dele
e que ficou conhecido como o dos "dólares na cueca". Em 2005, José
Adalberto Vieira da Silva foi flagrado no aeroporto de Congonhas carregando US$
100 mil na cueca e mais R$ 209 mil em uma maleta.
Em
2012, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu que não havia provas
suficientes para demonstrar o envolvimento de Guimarães no episódio. Em agosto
de 2021, a Justiça Federal declarou a prescrição do caso.
Macedo
conta, por sua vez, com o apreço de Lula, laço esse fortalecido durante seus
580 dias de prisão em Curitiba. Um dos organizadores das caravanas lideradas
por Lula em 2017 e 2018, foi presença constante na vigília às portas da
superintendência da Polícia Federal quando o petista estava preso.
Ele
enfrenta, porém, resistência na bancada petista. Parlamentares reclamam de sua
atuação como tesoureiro da campanha de Lula.
Os
candidatos também se queixavam da dificuldade de localizar Macedo para
autorizar despesas da campanha, já que ele acompanhava as comitivas de Lula nas
viagens pelo país.
Ainda
segundo petistas, Lula já demonstrou simpatia pelo nome do líder do PT na
Câmara, Reginaldo Lopes (MG), para a presidência do partido.
A
opção por Reginaldo representaria uma retribuição ao seu papel na campanha em
Minas Gerais, onde Lula derrotou o presidente Jair Bolsonaro (PL) nos dois
turnos da corrida presidencial.
Essa
avaliação não é consensual no PT de Minas. Petistas derrotados na disputa pelo
Legislativo cobravam maior empenho dele como cabo eleitoral, mesmo tendo
trabalhado contra a pretensão de Reginaldo de concorrer ao Senado.
Outro
nome cogitado por petistas é do ex-ministro e deputado federal reeleito
Alexandre Padilha (SP). Ele, no entanto, tem sido mencionado na bolsa de
apostas para encabeçar algum ministério.
Além
disso, Padilha enfrentou o atual secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto,
pelo direito de concorrer à Prefeitura de São Paulo em 2020. Tatto foi o
escolhido -mas amargou um fiasco na corrida municipal.
Apesar
de derrotado, Tatto mantém influência no partido, e hoje faz discreta oposição
a Gleisi. Essa disputa corrói a corrente que tem Lula como principal líder.
Para
a sucessão de Gleisi, também são citados os nomes dos deputados Paulo Teixeira
(SP) e Rui Falcão (SP), que foi presidente nacional do PT de 2011 a 2017, mas
não integram a força interna majoritária do partido.
A
palavra final sobre quem comandará o PT deverá ser de Lula.
Com informações da Folha de São Paulo
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