Foto: Leo pinheiro/Valor Econômico/Agência Globo
O
economista Marcos Cintra (União Brasil) disse neste sábado (5.nov.2022) que as dúvidas
levantadas pelo presidente Jair
Bolsonaro (PL) sobre as urnas eletrônicas são “legítimas”.
Segundo ele, as suspeitas recaem sobre o “sistema” eleitoral
brasileiro.
Cintra
foi candidato a vice-presidente na chapa da senadora Soraya
Thronicke (União Brasil-MS). A candidatura recebeu 600.955 votos (0,51% dos válidos), ficando em
5º lugar na disputa ao Planalto. Durante a campanha, Soraya fez críticas a
Bolsonaro e disse sentir “decepção” de tê-lo apoiado em 2018. Já
Cintra foi secretário da Receita Federal no governo Bolsonaro. Saiu em setembro de 2019.
Em
seu perfil no Twitter, Marcos Cintra disse que não concorda com o atual
presidente e o considera sem capacidade de comandar o país. Contudo, o
economista afirma que seus questionamentos sobre a apuração “merecem
respostas”.
Um
dos argumentos disseminados por bolsonaristas é que houve fraude em urnas que
apontaram o candidato à reeleição com 0 (zero) votos. Cintra diz que não vê
explicação para esse resultado em “centenas de urnas” que ele teria
verificado.
“Há
outras centenas, senão milhares de urnas com votações igualmente
improváveis. Curiosamente, não há uma única urna em todo o país onde o
Bolsonaro tenha tido 100% dos votos. E se há suspeita em uma única urna,
elas recaem sobre todo o sistema”, declarou o candidato a vice nas eleições de
2022.
Ainda no thread escrito pelo ex-secretário da Receita, haveria benefícios
caso o voto impresso fosse adotado “sem o prejuízo das vantagens da
digitalização”. Vai de encontro com a proposta anteriormente encampada por
Bolsonaro sobre a impressão do voto pela urna eletrônica.
Cintra
usa um argumento na mesma linha do presidente: que o certificado do voto em
papel afastaria dúvidas sobre a “integridade do sistema”. Ele também
afirma que a impressão descartaria esses “casos aparentemente
inexplicáveis” de urnas sem votos computados em Bolsonaro.
O
economista cobra o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), presidido pelo ministro
Alexandre de Moraes – alvo de críticas de Bolsonaro. Diz que não acredita que o
Tribunal seja “cúmplice”, mas que se tornará caso não se debruce sobre os
questionamentos acerca das urnas eletrônicas.
“Independentemente de qualquer outra consideração ou preferência política, a preservação das instituições democráticas exige respostas convincentes. Caso contrário estarei sendo forçado a reconhecer a validade dos pleitos por voto em papel”, escreveu Marcos Cintra.
Com informações do Poder 360
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