Da redação
O
Partido Democrata, do presidente Joe Biden,
perdeu o controle da Câmara dos Representantes dos EUA nas
eleições de meio de mandato (midterm elections), realizadas em 8 de
novembro.
De
acordo com projeções da CNN International divulgadas na noite de 4ª feira
(16.nov), os republicanos elegeram 218 deputados na Câmara –o mínimo necessário
para formar a maioria. Já os democratas aparecem com 210 deputados eleitos. O
Alasca ainda está apurando os dados.
A
Câmara dos EUA é renovada por completo a cada 2 anos. Pelo sistema, cada um dos
50 Estados possui direito a uma vaga. As outras 385 são dividIdas
proporcionalmente entre os Estados mais populosos.
Nas
eleições de 2020, que determinaram Joe Biden como presidente, a Casa Baixa
ficou com 220 assentos, uma ligeira vantagem. No pleito de 2022, no entanto,
até o momento, perdeu 10 assentos. Já os republicanos ganharam 6.
SENADO
O
pleito, iniciado na 3ª feira (8.nov), deu o controle do Senado norte-americano aos democratas.
Na
Câmara Alta, cada Estado tem 2 assentos, independentemente do tamanho da
população. O mandato é de 6 anos, com eleições para ⅓ das cadeiras a cada 2
anos. Isso significa que, das 100 cadeiras, só 35 foram reconfiguradas nas
eleições deste ano.
A
maioria da Casa Alta é assegurada com 51 senadores. Porém, no caso de divisão
igualitária (50 a 50), o vice-presidente dos Estados Unidos –hoje, a
democrata Kamala Harris– exerce o desempate como presidente do
Senado, cargo que também desempenha. Essa é a atual configuração do Senado nos
EUA.
GOVERNABILIDADE
DE BIDEN
Os
resultados das eleições de meio de mandato desafiam o governo do presidente dos
Estados Unidos. Isso porque a renovação do Congresso reflete o poder que os
partidos Republicano e Democrata exercerão
no controle da agenda do governo norte-americano e nos comitês congressuais. Os
eleitos tomam posse em 3 de janeiro de 2023.
O
resultado favorável aos democratas no Senado facilitará o governo do
presidente. No entanto, com o controle dos republicanos na Câmara, algumas
propostas prioritárias para Biden correm o risco de serem barradas. Os tópicos
incluem a legalização da maconha, exigências para acesso ao voto, aumento do salário-mínimo e, principalmente, o aborto.
A
jurisprudência que assegurava o direito à interrupção da gravidez em todo o
país desde 1973 foi revisada pela Suprema Corte dos EUA em junho, deixando
a decisão a cargo de cada Estado enquanto não há uma lei federal sobre o
assunto. Depois disso, Biden falou em criar uma lei nacional para assegurar o acesso ao procedimento.
Mas é preciso que a proposta receba o aval do Congresso.
Em
9 de novembro, Biden afirmou estar “preparado” para tratar com os
republicanos eleitos para a Câmara dos Representantes, mas declarou
que não fará concessões sobre alguns assuntos.
O
líder norte-americano disse que espera continuar a cooperar com a Ucrânia e que
não aceitará propostas que possam “piorar a inflação”. Falou ainda que
não “se afastará dos compromissos feitos para enfrentar a crise
climática”.
O
pleito deste ano também dá uma ideia do que esperar nas eleições presidenciais
de 2024. O presidente afirma que deve se candidatar à reeleição.
Já
Trump, que também pretende concorrer à Casa Branca, teve seu nome
ofuscado dentro do partido por Ron
DeSantis, que foi confortavelmente reeleito ao governo da Flórida. Mesmo
assim, o ex-presidente anunciou na 3ª feira (15.nov) que concorrerá às primárias de seu partido
ESTADOS
Os
norte-americanos também foram às urnas para eleger 36 governadores. Os Estados
que participam da disputa são:
Alabama;
Alasca;
Arizona;
Arkansas;
Califórnia;
Carolina
do Sul;
Colorado;
Connecticut;
Dakota
do Sul;
Flórida;
Geórgia;
Havaí;
Idaho;
Illinois;
Iowa;
Kansas;
Maine;
Maryland;
Massachusetts;
Michigan;
Minnesota;
Nebraska;
Nevada;
New
Hampshire;
Nova
York;
Novo
México;
Ohio;
Oklahoma;
Oregon;
Pensilvânia;
Rhode
Island;
Tennessee;
Texas;
Vermont;
Wisconsin;
e
Wyoming.
Até
a madrugada desta 5ª feira (17.nov), contando com os 14 Estados que não
participaram das eleições deste ano, a vantagem é do partido do ex-presidente
Donald Trump: 25 governos estaduais serão comandados por republicanos, e 24 por
democratas. A contagem ainda está em andamento no Alasca.
Fonte: Poder 360
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