Aloizio Mercadante, indicado ao BNDES — Foto: CRISTIANO MARIZ/Agência O Globo
Avisos
de juros a dar com pau nos Estados Unidos, além
dos já erguidos, justificaram a busca por proteção entre investidores nesta
sexta-feira (16) - e a queda diária de 0,85% do Ibovespa. No entanto, de
novo, veio do noticiário local a maior parte das razões encontradas por
investidores para mais saltar fora que entrar na bolsa.
O
principal gatilho da aversão ao risco foi a indicação do ex-ministro Aloizio
Mercadante para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES). O surgimento de seu nome nos radares foi como um peteleco na primeira
peça de um efeito-dominó desagradável à média do mercado.
Com
a maior parte das perdas concentradas entre segunda (12) e terça-feira (13), do
surgimento do boato à transformação em fato, o Ibovespa caiu ao longo da
semana 4,34%. Em 102.856 pontos, está no menor nível desde 1º de agosto.
Em dezembro as perdas já são de 8,56%. No ano, de 1,88%.
O
petista se tornou crítico da atuação do BNDES desde 2018, quando se abandonou a
política de crédito subsidiado a megaempresários. Vislumbrar
Mercadante na chefia do banco de fomento, portanto, foi lido como o retorno
desse modus operandi intensificado no governo Dilma. Colocar dinheiro
público em negócios fadados ao fracasso, buscando assim sustentar o crescimento
nacional, contribuiu para a crise fiscal que pavimentou a recessão entre 2015 e
2016. E
esse passado nada saudoso ainda está bem quente na memória dos agentes de
mercado.
Veio
a calhar, portanto, o recado pelo Banco Central (BC) na ata de sua última
reunião, publicada na semana. Além de ter sido reforçado o risco fiscal
latente, no escopo da PEC da Transição, a autoridade monetária atentou para
eventuais políticas parafiscais nocivas. Ou
seja, que pressionam indiretamente o custo de financiamento da dívida pública
por elevar os juros, que acompanham a alta dos prêmios de risco exigidos no
mercado.
Nesse
sentido, não só um cavalo de pau no BNDES poderia jogar a favor ou da Selic
demorar mais para cair dos atuais 13,75% ao ano. Tendo
a indicação de Mercadante como justificativa, a Câmara aprovou na calada da
noite, inesperadamente, a redução de 36 meses para 30 dias da quarentena hoje
exigida de dirigentes partidários antes de assumirem empresas públicas. Juntou-se,
assim, a fome com a vontade de comer. Congressistas, caso o Senado dê
prosseguimento à alteração na Lei das Estatais, poderão também trocar cargos
por apoio ao governo. Em
detrimento, eventualmente, de uma gestão eficiente e que garanta bons lucros e
dividendos a acionistas de empresas públicas listadas.
Não
por acaso, mergulharam na semana 11% tanto as ações ordinárias (ON, com direito
a voto em assembleias) da Petrobras;
quanto as preferenciais (PN, com preferência por dividendos). Muito aquém da
alta de 5% dos papéis da concorrente privada Prio.
Já as do Banco
do Brasil caíram na semana 6,5%. Bem mais que o segundo banco mais
afetado pela onda de aversão ao risco semanal. O Santander,
cujos papéis cederam 4%.
A
carteira teórica mais famosa do Brasil teve giro médio diário de R$ 26
bilhões na semana. Das 92 ações do Ibovespa, nada menos que 80
acumularam perdas na semana.
Com informações do Valor Investe
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