
Da redação
Foi
decretada neste domingo (11) a prisão preventiva de quatro pessoas acusadas de
corrupção na investigação do escândalo de corrupção no Parlamento Europeu
envolvendo o Catar. O Ministério Público Federal Belga não divulgou o nome dos
suspeitos, mas, segundo uma fonte judiciária, um dos presos na Bélgica é a
vice-presidente grega do Parlamento Europeu, Eva Kaili.
pós
uma decisão judicial, os quatro acusados, detidos na sexta-feira (9), vão ficar
estão presos preventivamente pela suspeita de “pertencerem a uma organização
criminosa, por lavagem de dinheiro e corrupção", anunciou o ministério
público em um comunicado. Duas outras pessoas foram liberadas pelo juiz.
A
suspeita é de que tenha sido repassadas “importantes somas de dinheiro e
presentes significativos a pessoas com uma posição política ou estratégica
dentro do Parlamento Europeu para influenciar as decisões” da instituição.
Sem
imunidade parlamentar
A
eurodeputada grega Eva Kaili não pode se beneficiar de sua imunidade
parlamentar na investigação, pois é suspeita de um crime descoberto em
flagrante, de acordo com uma fonte judiciária ouvida pela AFP.
Na
sexta-feira, a polícia belga encontrou “sacos de dinheiro” com a eurodeputada
no momento das buscas em sua casa. Segundo o MPF, foram apreendidos 600 mil
euros em espécie (R$ 3,3 milhões) em um dos endereços alvo da investigação.
No
sábado, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, comunicou a
suspensão do cargo e dos poderes de Eva Kaili como presidente da instituição,
incluindo sua representação na região do Oriente Médio.
Um
segundo eurodeputado envolvido
O
Ministério Público Federal belga também informou a realização de uma busca e
apreensão na casa de um segundo eurodeputado na noite de sábado. O nome deste
político não foi informado.
Nos
últimos meses, os procuradores belgas investigam a suspeita de que o Catar,
importante país produtor de gás, tenha usado de pagamentos em dinheiro e
presentes para “influenciar as decisões econômicas e políticas do Parlamento
Europeu”.
O
caso teve início no meio da Copa do Mundo, quando o Catar, país anfitrião do
Mundial, tenta se defender internacionalmente contra as acusações de violação
aos direitos humanos, especialmente os dos trabalhadores.
Em
novembro, Kaili visitou o país do Oriente Médio e, ao lado do Ministro do
Trabalho do Catar, saudou as reformas do emirado neste setor. A eurodeputada
também disse no Parlamento Europeu, em 22 de novembro, que o Catar era um líder
nos direitos trabalhistas, o que causou um alvoroço à esquerda.
O
escândalo causou uma resposta rápida de alguns dos representantes do Parlamento
Europeu. Os deputados de esquerda, incluindo Philippe Lamberts em nome do Grupo
Verde no Parlamento Europeu, pediram a perda do mandato de Kaili, que foi
expulsa do Partido Socialista Grego (Pasok-Kinal) na sexta-feira à noite.
(Com
informações da AFP)
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