A
socióloga e futura primeira-dama, Rosângela da Silva, 56 anos, conhecida como
Janja, tem participado ativamente das negociações para a montagem do 3º governo
do seu marido, o Lulapetista , de 77 anos. Em ao menos 3 vezes ela
influenciou na montagem de ministérios, com argumentos sobre o que considera
impróprio ou que possam causar danos de imagem à futura gestão.
Janja
vetou o anúncio do deputado Pedro
Paulo (PSD-RJ) para o Ministério do Turismo. Ele foi indicado pelo seu
partido, que já dava como certa a escolha. O presidente do PSD, Gilberto
Kassab, e o prefeito do Rio, Eduardo
Paes (PSD), tentam agora reverter a situação.
O
motivo foi o histórico de agressões de Pedro Paulo contra sua ex-mulher
Alexandra Marcondes Carvalho Teixeira. Em 2015, as revistas Época e Veja
revelaram que o congressista havia agredido a então companheira mais de uma
vez. O registro policial, segundo as reportagens, era de 2008.
Alexandra
Teixeira disse em depoimento registrado na 1ª queixa, de 26 de dezembro de
2008, que ela e o então marido discutiram dentro do carro. Pedro Paulo a teria
xingado e dado socos em seu corpo e rosto.
Na
época em que o caso foi revelado, Pedro Paulo e Alexandra deram entrevistas.
Ela defendeu o ex-marido ao dizer que ele nunca havia sido um “cara
agressivo”. Ele, por sua vez, disse que havia sido um “episódio
único” e que não tinha atitudes de violência.
No
mesmo dia, porém, ele admitiu ter agredido Alexandra outra vez, em 2010. Disse
ter cometido um erro porque ela havia descoberto uma traição. Pedro Paulo é
hoje casado com a atriz Tatiana Infante.
Janja
também atuou para emplacar um aliado na secretaria executiva do Ministério da
Cultura. A cantora Margareth Menezes, que assumirá o comando da pasta, queria
ter como secretário-executivo o ex-presidente da Fundação Palmares Zulu Araújo.
Porém, o cargo ficara´com o secretário nacional de cultura do PT, Márcio
Tavares.
Como
também contou com o apoio de Janja na sua escolha, Menezes aceitou o pedido. De
acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, Zulu deverá ser o chefe
de gabinete da futura ministra.
Janja
também tenta emplacar uma amiga com quem trabalhou na Itaipu Binacional para o
Ministério da Mulher. Trata-se da professora paranaense e ex-diretora da
estatal Maria Helena Guarezi, que foi coordenadora do Programa de Incentivo à
Equidade de Gênero na empresa.
Lula
delegou a Janja a escolha do nome para a pasta. A sinalização de uma possível
indicação de Guarezi, no entanto, desagradou ao PT, que não a considera como
representante de movimentos de mulheres ou movimentos sociais.
Procurada,
a assessoria da futura primeira-dama disse ao Poder360 que quem
define os indicados para ministérios é o presidente eleito, e não a futura
primeira-dama.
A
influência de Janja sobre as decisões de Lula é relatada por aliados desde a
pré-campanha eleitoral. No início, houve estranhamento e reclamações. Segundo o Poder360 apurou,
no entanto, ela ganhou espaço e respeito no partido. Suas opiniões também são
muito consideradas por Lula.
Na
3ª feira (13.dez.2022), por exemplo, o ex-ministro e futuro presidente do
BNDES, Aloizio Mercadante, disse que “pela 1ª vez na história, tivemos uma
primeira-dama tão participativa”. Em evento de encerramento dos trabalhos
do governo de transição, disse que a futura primeira-dama foi “uma
militante fundamental em todo o processo”.
Em
entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, em 13 de
novembro, Janja disse não se incomodar com as críticas ao
seu “jeito atuante” na campanha eleitoral.
“Sinceramente,
não me incomodei com isso. Porque a opinião que importava para mim nesse
momento da campanha era do meu marido. Se era importante para ele eu estar
fazendo algumas coisas e estar do lado dele. E eu trouxe para mim esse papel de
cuidar mesmo dele, de preservá-lo, até de segurança”, disse Janja na
época.
Com informações do poder 360
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