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Mesmo
após o governo atender às exigências do movimento e nomear seus apoiados para
cargos de chefia no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra),
o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) mantinha
áreas invadidas em Pernambuco e no Espírito Santo, na manhã desta quinta-feira,
20. Na noite de quarta, 19, o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Paulo
Teixeira, voltou a apelar para que o movimento desocupe as áreas de
pesquisa da Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE), invadidas desde domingo, 16,
e da Suzano, em Aracruz (ES), tomadas na segunda-feira, 17.
Em
vídeo divulgado em sua rede social, Teixeira disse que ele e o ministro-chefe
da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macedo, receberam os dirigentes
nacionais do MST. “Eles também se comprometeram conosco de se retirarem da área
da Embrapa ocupada no estado do Pernambuco, e também da área ocupada da empresa
Suzano no Espírito Santo. Assim, nós vamos manter o diálogo na direção da
implementação dessa agenda importante para o Brasil, que é a reforma agrária.”
No
dia em que a Embrapa foi invadida, o ministro Teixeira já havia
recebido o MST e colocado como condição para o diálogo a desocupação das áreas
e o fim das invasões.
O
MST invadiu 10 áreas desde 3 de abril, nove em Pernambuco e uma no Espírito
Santo - as terras da Suzano. Na terça-feira, o MDA nomeou mais sete
superintendentes regionais para o Incra, colocando nos cargos nomes apoiados
pelo MST. Outras nomeações já haviam sido feitas: no total, o governo mudou as
chefias do Incra em 19 estados.
Ainda
não sofreram alterações as superintendências de Minas Gerais, Alagoas,
Amazonas, Tocantins, Rondônia e Roraima, além do Distrito Federal. O MST quer a
troca do superintendente de Alagoas, César Lira, que é primo do presidente da
Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). Também reivindica a saída de Fábio
Muniz, superintendente do Amapá, apadrinhado do senador Davi Alcolumbre (União
Brasil), e de Batmasterson Schimdt, superintendente interino em Minas. Os três
vieram da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Áreas
continuam ocupadas
Na
manhã desta quinta-feira, 20, pelo menos seis áreas invadidas pelo MST no
“abril vermelho” continuavam ocupadas, inclusive as terras citadas pelo
ministro, segundo informações do próprio movimento. No caso da Suzano, a
Justiça concedeu liminar para a retirada dos sem-terra na segunda-feira. O
cumprimento da reintegração de posse estava previsto para às 16 horas de quarta-feira,
19, mas ainda não aconteceu. O MST chegou a divulgar nota cobrando uma
intervenção do governo do Espírito Santo para evitar o despejo.
Em Pernambuco, a Embrapa informou ter saído nesta quarta, 19, a decisão da Justiça determinando a reintegração da área invadida pelo MST no prazo de 48 horas.
Na
manhã desta quinta, um oficial de justiça realizou a intimação das lideranças
para que a saída ocorresse imediatamente. “A Embrapa espera que a situação se
resolva de forma tranquila, sem resistência do movimento. A expectativa é que a
área já esteja liberada a partir deste sábado (22), para que os trabalhos da
Embrapa possam ser retomados no local o mais rápido possível”, disse.
A assessoria de imprensa do MST informou que, em relação às áreas da Suzano, está prevista uma reunião em Vitória, capital do Espírito Santo, entre representantes do governo e as famílias acampadas. “Está prevista uma reintegração de posse que pode ocorrer hoje”, disse.
Com informações do Estadão
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