Decano da grande
diplomacia mundial, Serguei Lavrov está no cargo desde 2004
O
chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, desembarca nesta segunda-feira (17) em
Brasília para uma viagem de dois dias ao país, na primeira etapa de um giro em
que seguirá para três adversários dos Estados Unidos na América Latina próximos
do PT.
Mais
do que a visita de Estado à China, em que já foi difícil para Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) sustentar a imagem de neutralidade no contexto da Guerra Fria 2.0
entre Pequim e Washington, a vinda de Lavrov posiciona o Brasil de um lado do
conflito na Ucrânia aos olhos da diplomacia americana e ocidental.
Para
o Itamaraty e para o Kremlin, isso é irrelevante, e a visita é uma prova de uma
saudável independência brasileira em um mundo que não comporta dominâncias e
blocos estanques. Para críticos, é um alinhamento excessivo entre o Brasil e a
Rússia --condenada pela maioria dos países da ONU por sua guerra.
Nem
tudo será consenso, apesar do avanço recente das compras brasileiras de óleo
diesel da Rússia, que deve estar na agenda. Haverá nas conversas em Brasília o
espinhoso tema dos alegados espiões russos que se passavam por brasileiros, um
assunto em apuração pela Polícia Federal.
Para
complicar, advogados do notório opositor de Vladimir Putin Alexei Navalni dizem
que ele está em estado crítico na cadeia, supostamente envenenado pela segunda
vez. Se morrer com Lavrov junto à Lula, o constrangimento internacional é
certo.
Descontando
esse cenário extremo, tudo tende a ser ofuscado pelo contexto geral. A
ambiguidade brasileira em relação à invasão russa de 2022 precede o conflito,
quando o então presidente Jair Bolsonaro (PL) visitou Moscou e prestou
solidariedade ao colega Putin uma semana antes das tropas do Kremlin
atravessarem a fronteira.
O
motivo é a dependência brasileira de fertilizantes russos, que somam mais de
20% do mercado nacional. Havia outros itens na pauta, como a necessidade
brasileira de acesso a combustível nuclear certificado para o reator atômico de
seu futuro submarino.
Mas
os fertilizantes dominam a conversa. Eles puxaram o aumento do fluxo comercial
Brasil-Rússia em pleno regime de sanções ocidentais a Moscou: em 2022, os
brasileiros compraram 37% a mais produtos russos do que em 2021, somando US$
7,8 bilhões, um balança superavitária para Moscou em US$ 5,9 bilhões.
Ao
mesmo tempo, o Brasil votou duas vezes na ONU condenações à agressão contra
Kiev, ainda que tenha rejeitado aplicar sanções à Rússia. O pragmatismo,
consonante com a posição histórica do país, acabou ampliado com a volta de Lula
ao poder.
Para
o Itamaraty e para o Kremlin, isso é irrelevante, e a visita é uma prova de uma
saudável independência brasileira em um mundo que não comporta dominâncias e
blocos estanques. Para críticos, é um alinhamento excessivo entre o Brasil e a
Rússia --condenada pela maioria dos países da ONU por sua guerra.
Nem
tudo será consenso, apesar do avanço recente das compras brasileiras de óleo
diesel da Rússia, que deve estar na agenda. Haverá nas conversas em Brasília o
espinhoso tema dos alegados espiões russos que se passavam por brasileiros, um
assunto em apuração pela Polícia Federal.
Para
complicar, advogados do notório opositor de Vladimir Putin Alexei Navalni dizem
que ele está em estado crítico na cadeia, supostamente envenenado pela segunda
vez. Se morrer com Lavrov junto à Lula, o constrangimento internacional é
certo.
Descontando
esse cenário extremo, tudo tende a ser ofuscado pelo contexto geral. A
ambiguidade brasileira em relação à invasão russa de 2022 precede o conflito,
quando o então presidente Jair Bolsonaro (PL) visitou Moscou e prestou solidariedade
ao colega Putin uma semana antes das tropas do Kremlin atravessarem a
fronteira.
O
motivo é a dependência brasileira de fertilizantes russos, que somam mais de
20% do mercado nacional. Havia outros itens na pauta, como a necessidade
brasileira de acesso a combustível nuclear certificado para o reator atômico de
seu futuro submarino.
Mas
os fertilizantes dominam a conversa. Eles puxaram o aumento do fluxo comercial
Brasil-Rússia em pleno regime de sanções ocidentais a Moscou: em 2022, os
brasileiros compraram 37% a mais produtos russos do que em 2021, somando US$
7,8 bilhões, um balança superavitária para Moscou em US$ 5,9 bilhões.
Ao
mesmo tempo, o Brasil votou duas vezes na ONU condenações à agressão contra
Kiev, ainda que tenha rejeitado aplicar sanções à Rússia. O pragmatismo,
consonante com a posição histórica do país, acabou ampliado com a volta de Lula
ao poder.
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