Fotomontagem TM
Com
a cassação do mandato de Deltan Dallagnol (Podemos-PR) na Câmara pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) e as recentes operações contra o ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL) e seus aliados, a oposição ao governo Lula no Congresso tem
trabalhado para criar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Abuso de
Autoridade.
A
ideia ressuscita um requerimento apresentado pelo deputado federal Marcel Van
Hattem (Novo-RS) em novembro do ano passado.
O Novo criou uma página na internet específica sobre a CPI. O partido afirma que a comissão vai investigar os abusos do Judiciário – e cita, especificamente, o TSE e o Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o site, às 16h05 deste domingo, 21, cerca de 396,7 mil pessoas haviam aderido a um abaixo-assinado.
Ainda segundo cálculos do partido, 144 deputados já assinaram o pedido. Para ser instalada, uma CPI precisa ser requerida por, no mínimo, um terço da Câmara, ou seja, 171 parlamentares.
“Para
que a ordem impere em um país, as pessoas precisam confiar que o Poder
Judiciário é capaz de oferecer justiça. A cassação do deputado Deltan Dallagnol
pelo TSE mostra que integrantes das cortes mais altas do país há muito tempo
abandonaram esse objetivo”, diz texto publicado no site do partido Novo.
O
mandato de Deltan foi cassado nessa terça-feira, 16, pelo TSE com base na Lei
da Ficha Limpa. Os ministros do tribunal eleitoral entenderam, por unanimidade,
que o ex-procurador da Lava Jato pediu exoneração do Ministério Público Federal
(MPF) em 2021 – cerca de 11 meses antes das eleições de 2022 – para se livrar
de processos internos que poderiam torná-lo inelegível. Dallagnol respondia à
época a reclamações administrativas e sindicâncias.
Ao Estadão,
Deltan afirmou que vai recorrer ‘até o fim’ para manter seu mandato na Câmara.
Ele também disse que a decisão do TSE foi fraudada: “Eu roubei, me corrompi,
abusei, torturei? Não”.
“Como
explicar para a sociedade brasileira que Lula, condenado em três instâncias por
corrupção, está elegível e com mandato e que Deltan, que não foi investigado,
acusado e processado criminalmente, muito menos acusado administrativamente,
porque não existia PAD (Processo Administrativo Disciplinar), se tornou
inelegível? Como explicar essa absurda contradição? O TSE alegou que eu fraudei
a lei, mas está muito claro que quem fraudou a lei foi o TSE. Certamente foi
(um julgamento) político”, declarou o deputado cassado.
O
post Após TSE cassar mandato de Dallagnol, oposição resgata CPI do
Abuso de Autoridade apareceu primeiro em ISTOÉ Independente.
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